in Jornal de Notícias
A presidente da Comissão Nacional do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, Joaquina Madeira, disse, este domingo, que Portugal está à beira de 'um tsunami' demográfico.
"Esta questão da demografia é um 'tsunami' e andamos um bocadinho distraídos. No Norte da Europa já se estão a tomar medidas e nós, povos do Sul, estamos à espera de ver a cara ao mau tempo para agir", criticou Joaquina Madeira, no decorrer de uma conferência organizada pela Cáritas, cujo Conselho Geral está reunido em Leiria desde sexta-feira.
"Temos que ter mais filhos e os jovens têm que ter estabilidade para se reproduzirem", defendeu a presidente da Comissão Nacional do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações.
Joaquina Madeira alertou que Portugal não está a repor a demografia e que até 2050 "os últimos números apontam para um duplicação da percentagem de idosos".
A responsável frisou ainda que, se em 2001 foram registadas mais de 300pessoas com 100 ou mais anos, em 2050 prevê-se que atinjam esta idade cerca de 6400 idosos.
"Esta longevidade tem que ser vista como uma vitória para a humanidade", frisou, contudo, sustentando que "é necessário mudar o paradigma de que as pessoas depois da reforma deixam de ser produtivas".
"Se não existir solidariedade entre gerações não haverá um envelhecimento ativo feliz", enfatizou Joaquina Madeira.
Já a vice-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz e coordenador da equipa nacional da Cáritas para acompanhamento do Ano Europeu destacou a importância da sociedade "desarrumar as gavetas" para assegurar o diálogo entre gerações.
Para isso, defendeu Maria Rosário Carneiro, é preciso nas catequeses formar "mediadores" que promovam essa solidariedade e "produzir guiões" e modelos de atuação nas paróquias, sem cedências "aos estereótipos que existem sobre o envelhecimento ativo".