in Jornal de Notícias
O secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional, Almeida Henriques, disse, esta sexta-feira, em Paredes, que o norte está a recuperar o estatuto de "motor do crescimento do país", representando mais 40% do total das exportações.
"Esta região está a recuperar o papel de motor das exportações portuguesas", afirmou, referindo-se ao crescimento constante desde 2008, o que também está a ocorrer com a região centro.
"São as regiões mais industrializadas do país", disse.
Almeida Henriques apontou o calçado como o setor com melhor prestação, frisando que no terceiro trimestre de 2011 apresentou um crescimento de 23% ao nível das exportações.
Sublinhando a importância dos setores tradicionais da indústria do norte do país, por terem sido capazes de crescer em período de crise, o secretário de Estado apontou o setor têxtil e as confeções como "um bom exemplo" de recuperação.
"No ano passado, Portugal atingiu pela primeira vez os 61 mil milhões de euros de volume de exportação. Isto é histórico", salientou.
Concluindo aquela perspetiva, mostrou-se confiante de que, face à subida das exportações e à diminuição das importações, que também tem ocorrido, no curto prazo o país vai atingir uma situação de equilíbrio.
"Será histórico quando acontecer", disse, frisando que tal se deve aos empresários portugueses, aos quais chamou "autênticos heróis".
Almeida Henriques falava para uma plateia formada sobretudo por empresários de mobiliário que assistiram, na Casa da Cultura de Paredes, a uma conferência sobre o papel do norte nas exportações portuguesas promovida pelo semanário Grande Porto.
O secretário de Estado tinha ouvido antes os empresários locais, a maioria do setor do mobiliário, de que Paredes é o maior produtor e exportador nacional, referirem-se às dificuldades do momento, sobretudo na obtenção de crédito.
Almeida Henriques reconheceu o problema, admitindo até que o setor "o setor público é o grande sorvedouro da liquidez da banca".
Por isso, disse, estão a ser realizada várias reformas estruturais para diminuir o peso do Estado na economia.
Lembrou ainda que o Governo está a trabalhar em várias frentes para facilitar a atividade das empresas, nomeadamente através de fundos do QREN afetados à dinamização da economia.
Graças à reprogramação daquele quadro comunitário de apoio, à qual o secretário de Estado chamou "limpeza", o Governo, adiantou, vai ser capaz de disponibilizar, para apoios à atividade económica, cerca de cinco a seis mil milhões euros.
No pacote de medidas para o incentivo da economia, Almeida Henriques anunciou que no âmbito do próximo orçamento retificativo vai ser possível disponibilizar meios financeiros, de cerca de 3,5 milhões de euros, para o Estado pagar parte do que deve aos seus fornecedores.
"Será uma forma de injetar dinheiro na economia", sublinhou.