José Paulo Silva, in Correio do Minho
O desemprego no concelho de Braga cresceu quase 25 por cento no último ano. Segundo dados revelados ontem pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), em Fevereiro, havia 13 492 desempregados inscritos no centro de emprego, mais 2 662 do que no mês homólogo de 2011. Relativamente ao mês de Janeiro, os desempregados do concelho de Braga registados pelo IEFP são mais 342.
No conjunto dos 14 concelhos do distrito de Braga, os desempregados referenciados nos centros de emprego eram, em Fevereiro, 61 170, mais 549 do que em Janeiro. Relativamente a Fevereiro de 2011, o distrito conta agora com mais 8 382 homens e mulheres sem emprego.
No último mês, o desemprego estimado pelo IEFP apenas não subiu nos concelhos de Guimarães, Cabeceiras de Basto e Vieira do Minho.
Guimarães mantém-se, mesmo assim, como concelho recordista no que respeita ao número de desempregados inscritos no centro de emprego: 13 802, contra os 13 847 do mês de Janeiro.
Braga tem vindo a aproximar-se, nos últimos meses, de Guimarães no que respeita ao número de desempregados inscritos pelo IEFP, situação explicável com a falência e a redução de quadros de pessoal em empresas de construção civil e obras públicas, um dos pilares do tecido económico concelhio.
No relatório de Fevereiro do IEFP ainda não estarão reflectidas as consequências do pedido de insolvência de quatro empresas do grupo bracarense FDO, processos que afectam um universo de largas dezenas de trabalhadores.
Insolvências decretadas em Tribunal
Nos primeiros dias de Março, o Tribunal Judicial de Braga proferiu declaração de insolvência das empresas FDO Construções, FDO - Serviços Partilhados, FDO - Projectos e Euroluguer - Transporte e Aluguer de Equipamentos. Para administrador de insolvência das quatro empresas o Tribunal nomeou Armando Rocha Gonçalves, escolhido para idênticas funções na empresas Qimonda e Lusoparques (Bracalândia).
Na semana passada, o Tribunal de Braga emitiu também sentença de declaração de insolvência da Panibral - Padarias Reunidas de Braga, empresa que tinha ao serviço cerca de oito dezenas de trabalhadores.
Subida em quase todos os concelhos do distrito
A seguir a Guimarães e Braga, Vila Nova de Famalicão surge como o terceiro concelho do distrito em número de desempregados registados pelo IEFP no mês de Fevereiro: 9 962, mais 32 do que em Janeiro.
Barcelos tem agora 6 635 desempregados, mais 30 do que no primeiro mês do ano.
O concelho de Vila Verde chegou ao fim do mês de Fevereiro com 2 697 desempregados (2 669 em Janeiro) e Vizela com 2 032 (1946).
Em Fafe, o desemprego subiu também no mês de Fevereiro, com 3 937 inscritos no centro de emprego, mais do que os 3 919 no primeiro mês do ano.
Em Esposende, o número de trabalhadores inscritos no centro de emprego subiu ligeiramente, no mesmo período, passando de 1 763 para1 768, à semelhança do que aconteceu nos concelhos de Celorico de Basto (1 486 para 1496, Amares (1 331 para 1 375), Póvoa de Lanhoso (1 179 para 1 200) e Terras de Bouro (536 para 558).
À semelhança do que se verificou em Guimarães, o número de inscritos nos centros de emprego desceu, no último mês, nos concelhos de Vieira do Minho e de Cabeceiras de Basto.
Menos 34 desempregados em Cabeceiras e menos 14 em Vieira do Minho são excepções à tendência de aumento de desemprego, fenómeno que regista números recorde no distrito de Braga.