Por Júlia Rocha, in Jornalismo.net
Muitos estudantes aproveitam as oportunidades de emprego e voluntariado que surgem na internet. Hoje em dia, o número de sites especializados é cada vez maior. O difícil é escolher.
Desde programas de voluntariado até projetos remunerados. Do trabalho em quintas biológicas até à participação em programas em áreas como a medicina ou a conservação ambiental. Hoje em dia, o número de sites especializados em intercâmbio cultural e profissional é cada vez maior, e são os mais novos que aproveitam as oportunidades que surgem todos os dias.
Pelo Workaway é possível fazer um pouco de tudo: desde a troca de trabalho em quintas agrícolas por comida e alojamento até ao trabalho de escritório e de explicações de línguas estrangeiras, as opções são variadas. Há ainda quem peça apenas aulas de culinária ou então companhia para alguns meses.
O sistema de funcionamento do Workaway é simples: baseado num sistema de hoste (anfitrião) onde os pedidos são escritos e acompanhados de uma foto do local. A partir daqui, tanto os workawayers (os participantes), como os hosts (os anfitriões que recebem os participantes) têm acesso à base de dados uns dos outros.
Intercâmbio cultural low-cost
Para se ser membro deste site, é necessário uma inscrição com o custo de 22 euros, válido por 2 anos. Os objetivos são promover trocas e compreensão cultural e permitir às pessoas viajar e trabalhar em países estrangeiros com custos reduzidos.
Quem participa no projeto é dividido por famílias ou organizações. Mas o Workaway garante que o intercâmbio não pode, nem deve, ser encarado como umas férias de verão. Espera-se que os voluntários ajudem nas tarefas domésticas e estejam disponíveis para trabalhar, no que for preciso, caso seja o objetivo da "partilha". O Workaway é apenas responsável por manter e organizar as listas de pedidos e ofertas, porque, a partir do contacto, a responsabilidade passa para as mãos dos intervenientes, assim como a marcação de vôos, ou a obtenção de vistos e documentos necessários.
Mas para quem procura experiências de intercâmbio saudáveis, a WWOOF oferece a estadia e alimentação em troca de trabalho em quintas biológicas. A organização, fundada em no Reino Unido em 1971 por uma secretária britânica que se apercebeu da falta de trabalhadores nos campos ingleses, também opera em Portugal. Assim como no Workaway, é necessária uma uma inscrição, que tem um custo de 15 euros para voluntários e 25 para os agricultores, por um ano. A partir daqui a WWOOF promove a partilha de experiências em várias partes do mundo, desde o Brasil à Grécia, do Equador ao Nepal.
Ao JPN, Rodrigo Rocha, da WWOOF Portugal, garante que há "muitos mais estrangeiros do que portugueses em Portugal" ao abrigo do programa: primeiro porque "não existe uma tradição de voluntariado em Portugal" e ser agricultor "tem uma conotação old fashion". Ainda assim, Rodrigo Rocha considera que o feedback tem sido muito positivo, e a WWOOF Portugal tem ganho espaço, "prova disso é que fomos escolhidos para receber o encontro europeu de coordenadores WWOOF em 2013", remata.
Trabalho voluntário: projetos para todos os gostos e vontades
Os trabalhos voluntários de cariz solidário também ganham cada vez mais força. Com sede no Reino Unido, a Working Abroad reúne projectos de trabalho mais específicos, em áreas como a medicina, conservação ambiental e educação. Trabalho este que pode ser pago ou não, e que varia na duração, consoante as necessidades de quem o pede. Tem contudo, uma área dedicada ao trabalho voluntário, que se foca sobretudo em projectos, em países do Terceiro Mundo e outras comunidades com dificuldades sociais, económicas, ambientais e históricas.
Desde o ensino do inglês no Uganda e Vietname a escavações arqueológicas em Israel, os projetos estão em permanente atualização. Os custos nesta organização são de 29 libras, cerca de 34 euros. Para quem participa no projeto, a Working Abroad ajuda, também, na obtenção de seguros necessários para a viagem e estadia.
Mas não são apenas as organizações privadas que incentivam os programas de voluntariado. A Comissão Europeia apoia vários projetos de voluntariado para os mais jovens. Izabela Blasiak já fez Erasmus no Porto, mas viu no European Voluntary Service uma oportunidade de regressar. Este programa está disponível para jovens europeus, até aos 30 anos que podem fazer voluntariado em países fora ou dentro da União Europeia. A polaca está ansiosa por começar o programa. "É fantástico para os jovens conhecer outros aspectos da vida e do mundo", afirma.