por Texto da Agência Lusa, publicado por Patrícia Viegas, in Diário de Notícias
O Movimento Nacional das Famílias e Amigos dos Reclusos (MNFAR), a apresentar publicamente na sexta-feira, pretende lançar um "grande, aberto e sério debate" sobre o sistema prisional português, avançou a mentora da organização movimento, Susana Araújo.
Também de acordo com a fonte, o movimento vai pedir, em setembro, reuniões com o Governo, a Assembleia da República, Conferencia Episcopal Portuguesa, Ordem dos Advogados e Amnistia Internacional, a fim de expor os seus pontos de vista.
Ainda em fase embrionária, o MNFAR queixou-se do funcionamento dos tribunais de execução de penas, que disse que não estarem a responder em tempo útil às solicitações, e envolveu-se numa polémica com a Direção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP), a propósito da alimentação para os reclusos.
Em declarações à agência Lusa, a mentora do MNFAR afirmou que a alimentação fornecida pelos estabelecimentos prisionais é "pobre e pouco variada", acrescentando que o jantar é dado "à hora do lanche", deixando os reclusos muitas horas sem comer.
"É certo que estão a cumprir um castigo, mas isto é desumano", observou Susana Martins Araújo, em críticas que a DGSP de imediato rejeitou, assegurando que as refeições fornecidas aos reclusos são em quantidade e qualidade suficientes.
As explicações não convenceram o MNFAR que, em comunicado-resposta, apelou à ministra da Justiça, "a lutadora, sofredora, corajosa e livre" Paula Teixeira da Cruz, para que "comece a repensar os 'ares' da DGSP".
É que, afirma o movimento, "às vezes a mudança é um alimento refrescante da inteligência e do servir".
A apresentação do MNFAR está marcada para sexta-feira, às 10:00, na sede da Junta de Freguesia de Santo Tirso, tendo sido convidadas para o ato figuras como o padre Jardim Moreira, da Rede Antipobreza ou Catalina Pestana, ex-provedora da Casa Pia de Lisboa, adiantou a organização.