31.8.12

Sindicato diz que há portugueses escravizados em obra da NATO

in RR

"Trabalham mais horas" que funcionários de outras nacionalidades numa obra em Bruxelas, mas "ganham menos". "É esta a capital da democracia?", questiona sindicato do sector construção.

Cerca de uma centena de trabalhadores portugueses "estão em regime de escravatura contemporânea" numa obra da NATO, em Bruxelas. O alerta é do Sindicato da Construção de Portugal.

Em conferência de imprensa no Porto, o presidente do sindicato afirmou que os trabalhadores laboram "14 horas por dia e recebem sete euros por hora", enquanto os colegas belgas "com a mesma profissão recebem 16 euros por hora".

Albano Ribeiro disse ainda que "estão a dormir sete trabalhadores portugueses numa área que era para dois e sem qualquer espaço para colocarem a roupa", que permanece "na mala que levaram de Portugal". A obra da NATO em causa localiza-se "no centro de Bruxelas, ao lado do Parlamento Europeu", adiantou.

"É esta a capital da democracia, Bruxelas?", questionou o dirigente sindical. Segundo Albano Ribeiro, estarão actualmente a trabalhar em Bruxelas "milhares de portugueses do sector da construção", levados de Portugal "às camionetas por um angariador português sem alvará, nem registo".

Anunciando que irá, ainda esta sexta-feira, "pedir a intervenção de Durão Barroso", presidente da Comissão Europeia, o dirigente sindical reclama ainda a "intervenção" da Autoridade para as Condições do Trabalho, da secretaria de Estado das Comunidades, da Polícia Judiciária portuguesa e da sua congénere belga.

"Estas entidades têm que intervir, porque esta emigração é pior que a da década de 60 e 70 em alguns aspectos", sustentou Albano Ribeiro