11.9.12

Austeridade: Deco contra «duro golpe» antecipa «miséria»

in Agência Financeira

Governo demonstrou «extrema insensibilidade social», diz Jorge Morgado

A Deco entende que as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro na sexta-feira são um «duro golpe» para os «bolsos já secos» dos portugueses. Medidas que vão criar «mais miséria» nas famílias pobres.

«É um duro golpe» que «vai provocar mais empobrecimento da classe média e retirar ainda mais dinheiro à economia portuguesa», disse à agência Lusa o secretário-geral da associação de defesa do consumidor.

No entender de Jorge Morgado, o Governo demonstrou «extrema insensibilidade social» e começa a «mostrar ineficácia» na resolução da situação em que Portugal se encontra.

«É preciso lembrar que são os consumidores que estimulam e induzem emprego e neste quadro os consumidores já estão muito retraídos e vão diminuir os efeitos benéficos da sua ação na economia nacional. Com estas medidas apagam-se as pequenas luzes que dizem existir no fundo do túnel e o túnel parece cada vez mais escuro e longo».

Na opinião do secretário-geral da Deco, tudo está a ser feito no sentido de retirar benefícios e dinheiro aos portugueses.

«Parece que a procissão ainda vai no adro. Não há noção de que é preciso reativar a economia, repor dinheiro na economia e nós [Deco] não vemos projetos que de certa maneira sejam pilotos de qualquer iniciativa de reanimar a economia».

As medidas vão estar previstas no Orçamento do Estado de 2013 e são justificadas pelo governo como uma forma de compensar a suspensão dos subsídios de férias e de Natal em 2013 e 1014, «chumbada» pelo Tribunal Constitucional.

Os trabalhadores do setor privado, na prática, perderão o que o Pedro Passos Coelho diz corresponder a um subsídio através do aumento da contribuição para a Segurança Social de 11% para 18%.

Os funcionários públicos continuam com um dos subsídios suspensos (na totalidade nos rendimentos acima dos 1.100 euros/mensais e parcialmente acima dos 600 euros) e o outro é reposto de forma diluída nos 12 salários, que será depois retirado através do aumento da contribuição para a Segurança Social.

A contribuição das empresas passa dos atuais 23,75% para 18%. Os pensionistas continuam sem subsídios de natal e férias.