in TSF
A antiga ministra de António Guterres defendeu hoje que Portugal deve ter uma voz mais firme na Europa, dizendo claramente como conta resolver o problema da competitividade e das contas públicas.
A conselheira europeia, que foi ministra da Qualificação e do Emprego na primeira governação socialista de António Guterres, discursou hoje na Universidade de Verão do PS, que decorre até domingo na cidade alentejana de Évora, defendendo uma mudança do modelo de desenvolvimento de Portugal.
«Nós não podemos ter como objetivo apenas regressar ao ponto em que estávamos, acho que isto é errado. Nós temos que ter como ambição evoluir para um modelo de desenvolvimento com mais futuro», afirmou Maria João Rodrigues, avançando com dois critérios para esse modelo: «ser sustentável do ponto de vista ambiental, social, económico e financeiro».
Ou seja, «um modelo que permita ao país manter controlo sobre decisões estratégicas para o seu futuro».
Este é um ponto fundamental para a antiga ministra socialista. «Qualquer país, mesmo numa ótica muita avançada de integração europeia, tem que manter nas suas mãos alavancas estratégicas fundamentais, se não já não é país. O que é que é um país? É um espaço que tem capacidade de decisão sobre si próprio, se não é uma região», afirmou.
Maria João Rodrigues afirma que a batalha pela competitividade e pelo crescimento das exportações não podem ser feitos à custa de uma redução do salário real.
«A competitividade dos interesses a aumentar é aquela que assenta em mais valor acrescentado, mais qualificação e mais inovação. Eu estou para ver qual é a troika que tem autoridade para dizer que isto não é válido», referiu.
A antiga ministra considerou que é este o rumo que Portugal deve defender na Europa. «É chegada a altura de Portugal aparecer com uma posição mais clara sobre como pensa que pode resolver o seu problema. O que é esperado de nós não é que sejamos apenas bons alunos», sublinhou Maria João Rodrigues.