3.12.12

Cáritas quer usar paróquias para perceber as populações

por Lusa, texto publicado por Paula Mourato, in Diário de Notícias

O grupo de reflexão criado pela Cáritas para repensar o envelhecimento ativo pretende usar as paróquias para melhor detetar necessidades e recursos disponíveis e abri-las a parcerias com outras realidades locais, como centros de saúde ou juntas de freguesia.

O grupo foi criado no início do ano como forma de a Cáritas tentar perceber o que é que poderia fazer no âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações.

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do grupo de reflexão explicou que está definido um plano de trabalho que será posto em prática faseadamente e que passa, por exemplo, por usar as paróquias como "unidades privilegiadas" para alterar comportamentos e melhorar ações.

"Tem a ver com o facto de as paróquias prestarem serviço às populações e estes serviços serem nomeados em função das necessidades, mas nem sempre as necessidades são reais necessidades e nem sempre envolvem a globalidade dos recursos disponíveis na comunidade", adiantou Maria do Rosário Carneiro.

De acordo com a coordenadora, trata-se então de identificar as necessidades e as capacidades existentes e, com base nisso, apresentar um Banco de Ideias para todas as comunidades locais.

"É um Banco de Ideias e de competências, quer do ponto de vista das necessidades, quer do ponto de vista da capitalização dos recursos disponíveis, que podem significar um envolvimento de voluntários, mas também de criação de postos de trabalho porque se adequa a oferta à procura", revelou.

Nesse sentido, explicou a responsável, o grupo de reflexão entende ser necessário que as paróquias se tornem mais abertas a outras realidades locais, como as juntas de freguesia, centros de saúde ou outras associações de âmbito local.

Por outro lado, sublinhou Maria do Rosário Carneiro, o grupo defende que as paróquias tenham por base uma organização intergeracional e que os grupos de trabalho unam "jovens e menos jovens", independentemente das pessoas a quem se destinam as ações, ou seja, independentemente do trabalho se destinar a crianças ou a idosos.

"É necessário preparar pessoas e pensamos fazer guiões para formadores, tanto formadores de formadores como formadores de crianças e também aqui temos de nos abrir à comunidade envolvente e fazer parcerias com as escolas, por exemplo", adiantou a responsável.

Segundo Maria do Rosário Carneiro, toda a metodologia assenta no voluntariado e nas comunidades locais, sendo que já apresentaram este plano a algumas comissões diocesanas para arrancarem a título experimental.

Será igualmente criado um site próprio para a divulgação do programa e também para que as comissões diocesanas adiram e participem, de modo a que aquele site possa ser um "amplo espaço de debate".

Por outro lado, vai arrancar um Banco de Ideias, de âmbito nacional, onde todas as pessoas poderão colocar ideias com vista a promover o envelhecimento ativo e a solidariedade entre gerações.

De acordo com a responsável, o objetivo é também criar atividade e postos de trabalho, tendo em vista a "situação de crise que o país atravessa".

A apresentação deste plano será feita terça-feira e na mesma altura será apresentado o seminário sobre "Envelhecimento ativo em contexto prisional".