por Rosário Silva, in RR
Daqui a três décadas, Portugal terá três milhões de idosos. Para o director da Escola Superior de Educação João de Deus, esta é uma boa área de investimento e pode mesmo alavancar a economia do país.
O número de idosos em Portugal pode atingir os 2,95 milhões em 2046, o que corresponde a ter 238 idosos por cada 100 jovens, ou seja, o dobro dos valores actuais. Para o director da Escola Superior de Educação João de Deus, este público abre novas possibilidades de negócio e pode alavancar a economia do país.
António Ponces de Carvalho considera que “fazia todo o sentido, até num momento de crise, pensar que isto é uma área de negócio extremamente importante e aliciante, porque em Portugal, segundo os últimos Censos, por cada 100 crianças há 128 idosos. Quer isto dizer que há uma população de possíveis compradores muito interessante”.
As projecções do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para que em 2046 a proporção de população jovem fique reduzida a 13% e a população idosa aumente dos actuais 17,2% para 31%.
O director da Escola Superior de Educação João de Deus considera, por isso, que a qualificação de técnicos na área da gerontologia social é imprescindível, para um sector que está em expansão.
“Para que os nossos jovens desempregados e os nossos empresários olhem realmente para este sector importantíssimo de negócio que vai ser, talvez, das maiores áreas de expansão nos próximos anos. E como se costuma dizer, quem vai à frente alumia duas vezes”, defende.
E os números corroboram o argumento. Segundo dados das Nações Unidas, no mundo, o número de idosos vai crescer significativamente em 50 anos, passando de 606 milhões para cerca de dois mil milhões. O aumento será mais marcante nos países pobres, onde a população idosa irá quadruplicar, passando de 374 milhões para 1,6 mil milhões.
Os países da Europa do Sul são os que terão as mais elevadas proporções de pessoas com 65 anos de idade ou mais, até 2050, segundo as previsões das Nações Unidas.
Envelhecer bem é uma aprendizagem e uma atitude mental, defende António Ponces de Carvalho, organizador do III Congresso Internacional de Gerontologia e Geriatria que vai juntar, a partir desta quinta-feira, investigadores e especialistas de diversos países, durante quatro dias em Lisboa.
Em simultâneo decorre o Encontro Internacional para o Envelhecimento activo “Portugal Maior 2012”. Um mundo de possibilidades a desbravar, onde os seniores não pagam para entrar.