Pedro Crisóstomo, in Público on-line
Na zona euro, há 19 milhões de pessoas sem emprego. A taxa de desemprego em Portugal estabilizou em Fevereiro, mas no final do ano ficará próxima de 19%.
A taxa de desemprego em Portugal estabilizou em Fevereiro, mantendo-se em 17,5% da população activa, num mês em que o nível de desemprego na zona euro também ficou inalterado, revelou nesta terça-feira o Eurostat.
Entre os 17 países da moeda única, a taxa continuou em 12%, enquanto no conjunto dos 27 da União Europeia (UE) o nível de desemprego subiu uma décima, para 10,9%.
Portugal é o país com a terceira taxa mais alta, a seguir a Espanha (26,3%) e à Grécia (26,4%, valor relativo a Dezembro, o último conhecido). Entre a população jovem (até aos 25 anos), o desemprego baixou uma décima, para 38,2%.
A primeira estimativa do gabinete estatístico europeu apontava para 17,6% de desemprego em Portugal no primeiro mês de 2013. O valor foi agora corrigido em baixa, com a divulgação dos dados de Fevereiro. Pelo contrário, a projecção relativa à taxa da zona euro, antes em 11,9%, foi revista uma décima em alta.
Na UE, há oficialmente 26.338 milhões de pessoas desempregadas, das quais mais de dois terços são de países que pertencem à moeda única. No espaço de um ano, a taxa subiu em 19 países da União (desceu em oito), passando a haver mais 1,805 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho.
Em Portugal, a taxa passou de 14,8% em Fevereiro do ano passado para 17,5% nos dois primeiros meses de 2013.
Num ano em que o Governo está a contar com uma recessão de 2,3% do PIB, a previsão do nível de desemprego para 2013 é de 18,2%, admitindo-se que no final do ano fique já próxima de 19%.
Se assim for – e assumindo que a população activa se mantém inalterada face ao final do ano passado –, haverá nessa altura mais de um milhão de pessoas desempregadas, sem contar com aquelas que estão fora do mercado de trabalho, mas já desistiram de procurar emprego.
Desde o início da intervenção externa, Governo e troika reviram sucessivamente as previsões para o mercado de trabalho. O valor agora previsto está longe daquela que era a projecção da primeira versão do Memorando de Entendimento – em Junho de 2011, previa-se que a taxa de desemprego estivesse em 12,4%.