in Diário Digital
O diretor da agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, afirmou hoje que a guerra contra a fome está "longe de terminar", apesar de progressos relacionados com os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
"Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio empurraram-nos para a frente, mas com 870 milhões de pessoas ainda vítimas da fome, a guerra contra a insegurança alimentar está longe de terminar", disse Graziano da Silva, numa reunião de alto nível sobre a agenda da ONU contra a fome pós-2015, quando terminam os ODM.
A reunião de Madrid conta com a presença do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que em junho passado, na Conferência Rio +20 sobre Desenvolvimento Sustentável, lançou um programa global de erradicação da fome, o 'Desafio Fome Zero'.
Para o responsável brasileiro, a melhor resposta contra a insegurança alimentar é "um compromisso político a nível nacional", a par do reforço das iniciativas regionais e da comunidade internacional de doadores e de organizações internacionais.
"As medidas tomadas por um país ou empresa podem afetar a segurança alimentar de terceiros e os conflitos podem levar à instabilidade nos países e regiões vizinhas (...) os impactos sobre os recursos ambientais e naturais não são apenas nacionais e é virtualmente impossível regular os mercados e atividades apenas a nível nacional", acrescentou.
O objetivo, segundo Graziano da Silva, é ter "sistemas alimentares mais eficientes e equitativos", o que vai exigir grandes investimentos públicos e privados nas áreas rurais.
Nestas áreas, afirmou, encontram-se mais de 70 por cento da população com fome e onde milhões de pessoas dependem da agricultura para a sua alimentação e emprego, incluindo 500 milhões de famílias rurais de pequenos agricultores.
Diário Digital/Lusa