Texto Juliana Batista, in Fátima Missionária
As comunidades ciganas em toda a Europa continuam a enfrentar segregação e crimes de ódio em resultado das políticas discriminatórias
Através da campanha «Direitos das Comunidades Ciganas. Aqui. Agora», a Amnistia Internacional recolheu mais de 93 mil assinaturas. A petição já foi entregue à Comissária Europeia para a Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania, Vivian Reding
A Amnistia Internacional (AI) e um grupo de ativistas entregaram esta semana a Vivian Reding (Comissária Europeia para a Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania), uma petição com mais de 93 mil subscritores, pelos direitos das comunidades ciganas. As assinaturas, recolhidas no âmbito da campanha europeia «Direitos das Comunidades Ciganas. Aqui. Agora», representam pessoas de vários países, incluindo Portugal, que apelam ao fim da discriminação dos ciganos.
«Chegou a altura da União Europeia (UE) agir nesta matéria», defende Nicolas Berger, diretor do Escritório da Amnistia Internacional junto das Instituições Europeias. «As comunidades ciganas em toda a Europa continuam a enfrentar desalojamentos forçados, segregação nas escolas e crimes de ódio em resultado das políticas discriminatórias. A UE tem as ferramentas para obrigar os países a respeitarem as leis anti discriminação. Mas tem sido relutante em usar estas ferramentas. 93.165 pessoas estão a pedir que o façam», sublinha, num comunicado divulgado pela organização.
No mesmo documento, a Amnistia Internacional alerta para «casos de segregação no sistema de ensino» em países como a República Checa, Grécia e Eslováquia. «Em toda a UE, especialmente na Roménia, Itália e França, os desalojamentos forçados de ciganos continuam a registar-se de forma frequente», lê-se no comunicado. Dos cerca de seis milhões de ciganos que vivem nos países da UE, «grande parte» encontra-se abaixo das médias nacionais em «quase todos» os indicadores de desenvolvimento humano, refere e AI.