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Cinco homens, de um grupo de 23 que ficaram desempregados depois da insolvência de uma empresa de telecomunicações, decidiram montar o seu negócio, na mesma área, e três meses depois admitem que trabalho não falta.
"Felizmente podemos dizer que o trabalho é muito e não nos falta, o que é bom. Mostra que fizemos a aposta certa ao avançarmos para a nossa própria empresa", explicou hoje à Lusa Marçal Brandão.
Trata-se de um dos cinco homens que a 03 de Junho formaram a Labrujatel, em Ponte de Lima, concelho de onde todos são naturais.
A empresa, que constituíram com um capital social de 5.000 euros, dedica-se a fazer exactamente o mesmo trabalho que estes homens já realizavam no grupo anterior, em Viana do Castelo, e que avançou para a insolvência em Março passado.
"Trabalhamos na rede telefónica, nas infra-estruturas, passando fibra ótica e cabo, montando postes e fazendo ligações. E estamos a operar em todo o distrito de Viana do Castelo, subcontratados pela operadora", acrescentou.
Todos estes cinco ex-funcionários da MIBTEL, com idades entre os 44 anos e os 53 anos e cerca de trinta anos de experiência, assumem, além do trabalho, também as funções de sócios-gerentes da Labrujatel.
"Essencialmente estamos a executar os mesmos trabalhos que já fazíamos antes, até porque somos todos especializados neste sector. Isso demonstra que a outra empresa podia ter sido viável", desabafou.
Todos os 23 funcionários da MIBTEL (Metalúrgica Irmãos Borlido), empresa de telecomunicações de Viana do Castelo, receberam em Março passado as cartas para o desemprego, com a administração avançar para a insolvência, que justificou na altura com a "redução de encomendas".
Fundada em 1977, a partir de uma oficina de metalomecânica, a MIBTEL assegurava todo o tipo de manutenção e instalação na rede telefónica nacional, em regime de subcontratação.
Entretanto, e com a nova empresa em pleno funcionamento, com recurso a capital próprio, os cinco sócios da Labrujatel aguardam pelo resultado de uma candidatura superior a 80 mil euros ao Instituto de Emprego e Formação Profissional.
"Já tivemos que investir em viaturas para as duas equipas que montamos no terreno, em material e ferramentas. À partida o projecto será aprovado e teremos outro desafogo para o investimento, já que trabalho não nos falta", rematou Marçal Brandão.
Na semana passada, contou ainda, a empresa até já recebeu um louvor do grupo PT pela "celeridade" na reposição das linhas telefónicas afectadas pelos incêndios no distrito de Viana do Castelo.