14.4.14

Arcebispo de Braga quer rede social ao serviço da Igreja

Pedro Vila-Chã, in Jornal de Notícias

D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, mostrou-se preocupado com a juventude por, na generalidade, revelar-se "sem futuro nem esperança" e defendeu, este domingo, o uso das redes sociais "como um espaço excelente para exercermos a nossa vocação missionária".

"A rede social apresenta-se hoje como um espaço excelente para exercermos a nossa vocação missionária, na medida em que partilhamos conteúdos e entramos em debates, como forma de expressarmos a nossa diferença cristã sobre a realidade, sem receio de sublinhar as experiências pessoais de encontro com Cristo", defendeu o arcebispo de Braga, na homilia no Domingo de Ramos.

Assim, perante o relativismo de valores "que lhe é imposto" e numa "realidade angustiante de falta de trabalho, perdem o encanto de sonhar e a alegria de lutar por um futuro melhor".

Para reforçar a ideia, D. Jorge recorreu ao refrão da música de Tiago Bettencourt "que expressa na perfeição o sentimento juvenil perante a actual situação socio-económica do nosso país": "Eu não quero pagar por aquilo que eu não fiz, não me fazem ver que a luta é pelo meu país. Eu não quero pagar depois de tudo o que dei, não me fazem ver que fui eu que errei!"

Aqui chegado, o arcebispo de Braga reconhece que os jovens "têm direito a sentirem-se vítimas deste fenómeno que já roubou tantos sonhos, tantos sorrisos e tanta liberdade", mas entende que a Cruz Peregrina "tem de exercer" nos jovens católicos "o dever de continuar a lutar por um país diferente e levar a esperança a tantos jovens agnósticos que deixaram de acreditar nas suas próprias capacidades".

A homilia do arcebispo de Braga terminou com o apelo aos jovens, para que ajudem a Igreja de Braga "a percorrer novos caminhos de evangelização". Papel importante tem a rede social e o "impacto brutal" por ela exercido na trama da humanidade "facilitou o modo de comunicarmos e superou a própria comunicação social, desvendou a cortina da nossa privacidade, gerou um novo tipo de economia (economia doméstica)".