3.4.14

Mouraria pode ter primeira sala de consumo assistido de drogas

in TSF

O relatório sobre a criação da sala de consumo assistido de drogas já está concluído, faltando apenas a decisão da Câmara de Lisboa para que a ideia avance.

Um dos responsáveis pelo relatório e coordenador do gabinete de apoio ao bairro de intervenção prioritária da Mouraria explicou, em declarações à TSF, que, nos últimos três anos, o trabalho no terreno não tem conseguido combater o problema das drogas a céu aberto.

«Nós temos vindo a financiar uma série de projetos de redução de riscos, intervenção e encaminhamento dos toxicodependentes ou dos dependentes em geral para tratamento, soluções de saúde, encaminhamento para formação, procura de emprego. Temos feito uma abordagem muito holística ao problema da droga e da toxicodependência na Mouraria, sendo que ainda não conseguimos reduzir de forma tão acentuada quanto desejávamos o consumo na rua», disse.

O gabinete da autarquia, em conjunto com duas associações que trabalham no bairro da Mouraria - a Administração Regional de Saúde e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) - formaram um grupo de trabalho que fez o relatório e defende a criação de uma sala de consumo assistido.

No entender de João Meneses, trata-se de uma estratégia e não de um milagre. «O relatório técnico diz claramente que não há varinhas mágicas», sublinhou.

Ouvida igualmente pela TSF, Filipa Bolotinha, da Associação Renovar a Mouraria, admitiu que há dois anos, quando se falou pela primeira vez da sala de consumo, talvez fosse cedo mas agora, sublinhou, estão reunidas as condições para a iniciativa ser «bem aceite».

No entanto, ouvidos pela TSF, alguns moradores contestam a decisão e sugerem outras zonas da baixa para a instalação da sala, como o Rossio ou a Praça do Comércio, mas há também quem defenda que a solução ajudaria a retirar a droga das ruas.