Da população empregada, 13,4% esteve a trabalhar a partir de casa. INE estima que “não se verificaram grandes diferenças no número médio de horas semanais trabalhadas” fora e dentro de casa, entre 37 e 38 horas
Um total de 644,4 mil pessoas empregadas ficaram em casa no terceiro trimestre deste ano (entre Julho e Setembro), a trabalhar com recurso a tecnologias de informação e comunicação (TIC), anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE). É o equivalente a 13,4% da população empregada, estimada em 4799,9 mil pessoas (4,7 milhões), segundo o critério usado pelo INE no Inquérito ao Emprego.
O registo do terceiro trimestre deste ano representa uma quebra de 37,9% (ou 393,6 mil pessoas) face aos três meses imediatamente anteriores – Abril, Maio e Junho – fortemente penalizados ainda por períodos de estado de emergência e de confinamento.
Recorde-se que desde quarta-feira passada, 4 de Novembro, 121 concelhos do país, onde têm residência 7,1 milhões de pessoas, voltaram a estar sujeitos a teletrabalho obrigatório sempre que possível, durante, pelo menos, os 15 dias seguintes. Esta alteração, contudo, só será visível quando saírem os dados do quarto e último trimestre deste ano.
Nos dados hoje revelados, o INE sublinha ainda que “à semelhança do observado no trimestre anterior, não se verificaram grandes diferenças no número médio de horas semanais trabalhadas entre os que o fizeram a partir de casa (37 horas) e os que trabalharam fora de casa (38 horas)” entre Julho e Setembro, excluindo o efeito da população empregada ausente.
Para ser considerado teletrabalho, contextualiza o INE nos resultados do inquérito hoje divulgados, a tecnologia tem que está presente. Para as contas do instituto estatístico nacional, “teletrabalho corresponde ao trabalho à distância com recurso a meios informáticos e telecomunicações na produção e/ou transferência dos resultados do trabalho”.
Alargando o campo a população empregada que ficou em casa mas não utilizou TIC no período em análise, a contagem entre Julho e Setembro é de 681,9 mil pessoas (menos 37,7% ou 412,5 mil pessoas do que no segundo trimestre do ano).
Ou seja, resume o INE, no terceiro trimestre de 2020, “14,2% da população empregada indicou ter exercido a sua profissão sempre ou quase sempre em casa na semana de referência [quando inquiridas] ou nas três semanas anteriores”.
Entre a população empregada que não trabalhou em casa na semana de referência ou nas três anteriores, 236,7 mil pessoas (6,3%) estiveram ausentes do trabalho durante esse período, 27,5% (65 mil) das quais devido à pandemia covid-19, um valor inferior em 86,8% (426,5bmil) ao observado no segundo trimestre de 2020.