Delfim Machado, JN
"Custa muito passar o tempo sozinha". O relato de Gininha, 73 anos, do Bairro do Falcão, no Porto, abre a porta para a importância de uma simples conversa. À medida que a pandemia abranda, a recuperação do envelhecimento ativo começa a estar na ordem do dia.Os idosos foram os mais flagelados, não só pelas mortes, mas pelo isolamento social a que foram vetados. Isto, quando muitos já viviam sozinhos e sem companhia. O relato do jornalista Alfredo Teixeira na edição de hoje do Jornal de Notícias é um murro no estômago dos que o leem. Tudo porque no Porto há pelo menos 300 Gininhas, sem ninguém para conversar e com medo de sair à rua por causa da pandemia.
A única companhia destes idosos é a dos 19 alunos finalistas dos cursos de Serviço Social e Gerontologia que, de forma voluntária, passam um pouco de tempo com quem vive sozinho. No dia em que os voluntários passam, os idosos visitados ganham vida. "São uma simpatia e quando me visitam até passo o dia melhor", admite Gininha, que continua reclusa na própria casa, apesar de Portugal ter cada vez menos casos ativos de covid-19.
Mais de um ano depois do início da pandemia, o balanço de doze meses de vida condicionada reflete-se a vários níveis na sociedade. Um deles é o da sinistralidade rodoviária. Segundo o relatório anual da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária, houve menos acidentes e menos mortes na estrada em 2020.
Uma das poucas exceções é o distrito de Viana do Castelo, que quase duplicou o número de mortes face a 2019. A explicação está num conjunto de acidentes atípicos, graves, que ocorreram num curto espaço de tempo e inflacionaram o número de mortes no Alto Minho.
Ainda no distrito de Viana do Castelo, e porque estamos com um pé na Páscoa, a Câmara Municipal de Monção anunciou que os restaurantes do concelho vão servir "Foda" em regime de take-away durante o próximo fim-de-semana. O prato de cordeiro assado de nome popular caricato fará novamente parte da tradição, embora a "Feira da Foda" da freguesia de Pias esteja cancelada.
Na senda das notícias curiosas, destaque para o preso que tentou fugir pela janela do Hospital Padre Américo, em Penafiel, com recurso a lençóis. Estava internado no 9º andar e foi detido durante a tentativa. Outro detido com pouca sorte, também num hospital português, foi Francesco Pelle, que andava fugido desde 2017 após uma condenação por prisão perpétua. Estava no Hospital de S, José, em Lisboa, internado com covid-19, quando a polícia o encontrou.
E que dizer de Cristiano Ronaldo? O gesto do capitão da Seleção Nacional de futebol foi tão esmiuçado pelos comentadores desportivos, de tantas formas e com tanto afinco, que a braçadeira atirada ao chão ganhou fama e está a ser leiloada para ajudar Gavrilo Djurdjevic, um bebé de seis meses que sofre de atrofia muscular espinhal e que precisa de tratamentos com custos da ordem dos dois milhões de euros.
Como nota final, caro leitor, se deixou um conjunto de notas esquecidas no multibanco da Rua de Costa Cabral, no Porto, na passada terça-feira, saiba que pode recuperá-las. Só tem de provar que são suas, talvez acertando no valor levantado. Quem as encontrou está à sua procura.