19.10.21

Pobreza em Portugal causa "grande preocupação" ao presidente da União das Misericórdias Portuguesas

in o Observador

O presidente da UMP falava em Beja, no final de uma sessão de debate sobre envelhecimento em Portugal. Manuel Lemos reconheceu que dados devem ser encarados "com grande preocupação".

O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, disse esta segunda-feira ver “com grande preocupação” os números da pobreza em Portugal, considerando ser necessário “um esforço” de todos para ultrapassar o problema.

“É evidente que temos todos de fazer um esforço para que na Europa do século XXI as pessoas possam todas ter um mínimo para viverem com dignidade, porque a pobreza é sempre uma chaga social inadmissível”, afirmou Manuel Lemos à agência Lusa.

O presidente da UMP falava em Beja, no final de uma sessão de debate sobre envelhecimento em Portugal, que teve por base o documento “Respostas Seniores do Futuro – Um Modelo de Respostas Especializadas Integradas”, lançado em maio deste ano pela instituição.

Segundo avançou o portal Pordata no domingo, assinalando o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza, mais de 1,6 milhões de portugueses vivem abaixo do limiar da pobreza, ou seja, com menos de 540 euros por mês.

A mesma análise, baseada em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), revelou que 9,5% da população empregada em Portugal era considerada pobre.

Confrontado pela Lusa com estes dados, Manuel Lemos reconheceu que os mesmos devem ser encarados “com grande preocupação”.

“É óbvio que esse número precisa de ser visto com atenção”, apontou o presidente da UMP, que já desempenhou as funções de comissário regional do Norte da Luta Contra a Pobreza, de vice-presidente do comité “Poverty Alleviation” das Nações Unidas e de representante de Portugal no Comité Para os Assuntos Sociais da União Europeia.

Manuel Lemos acrescentou que neste momento também se verifica “um agravamento do número de pessoas a procurar as cantinas sociais das misericórdias em Portugal, o que é sintoma da crise que está latente a seguir à pandemia” de Covid-19.

“É importante que continuemos a acompanhar a situação, em estreita cooperação com o Estado e com responsáveis políticos. Porque este é um problema transversal da sociedade”, alertou.