in Agência Ecclesia
Piedade Lalanda incentiva sociedade açoriana a «ser mais proactiva e eficaz», destacando impacto da pandemia
Angra do Heroísmo, Açores, 27 out 2021 (Ecclesia) – A diretora do Serviço Diocesano da Pastoral Social de Angra alertou para o elevado risco de exposição à pobreza que se mantém nos Açores – 28,5% contra 16,9% do país- e pediu medidas concretas para a população mais vulnerável.
“A sociedade açoriana tem de ser mais proactiva e eficaz. O risco de pobreza é o mais alto do país e agravou-se em 2020, isto é, mesmo com apoios sociais somos a região com maior exposição ao risco de pobreza”, disse Piedade Lalanda, citada pelo portal diocesano ‘Igreja Açores’.
A diretora do Serviço da Pastoral Social da Diocese de Angra indicou que “há muitas pessoas cuja vulnerabilidade foi acentuada com a pandemia”, nomeadamente, “as pessoas que vivem na rua”, famílias trabalhadoras, com contratos precários, e famílias monoparentais”.
Neste contexto, a socióloga salientou que a região regista também um “aumento das doenças mentais ligadas ao consumo de estupefacientes”, de drogas sintéticas, e um aumento da violência doméstica.
“São dados significativos que exigem da nossa parte medidas concretas”, realçou a professora na Universidade dos Açores.
Segundo Piedade Lalanda, é necessário “olhar para os grupos mais em risco”, os idosos são importantes, mas também “os cidadãos em idade ativa”, para que tenham acesso ao trabalho e à formação, e estes processos “têm de ser acelerados, com medidas concretas”.
Para esta responsável, as paróquias “têm de ter uma mentalidade diferente” e procurar agir “em rede” com instituições que “possam garantir um apoio e ajuda mais duradoura” a quem precisa, para além do assistencialismo e da esmola.
O sítio online ‘Igreja Açores’ recorda que, em Portugal, os dados mais recentes para 2020 revelam a existência de dois milhões de pessoas em risco de pobreza e exclusão social, e conseguiu retirar desta situação 721 mil pessoas, desde 2008.
A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) lançou uma série de recomendações para combater a pobreza no pós-pandemia, alertando para as situações de fragilidade social e exclusão provocadas pela Covid-19.
CB/OC