26.10.21

Risco de pobreza ou exclusão social atingiu 96,5 milhões na UE

in Nexo

Relatório do gabinete de estatísticas da União Europeia mostra efeito dos programas sociais e de transferência de renda

Em 2020, 21,9% de toda a população da União Europeia vivia em risco de pobreza ou exclusão social. Na prática, significa que 96,5 milhões de pessoas receberam, naquele ano, uma renda inferior ao limiar de risco de pobreza, sofreram privação material e social severa ou viviam em famílias que sofreram com desemprego. Cerca de 5,9 milhões de pessoas vivenciavam todas essas situações simultaneamente.

Os dados foram levantados e divulgados pela Eurostat, o gabinete de estatísticas da União Europeia. A pesquisa também fez um recorte das parcelas da população mais vulneráveis, e concluiu, por exemplo, que as mulheres correm mais riscos de sofrerem com a exclusão e a pobreza do que os homens. Menores de 18 anos e pessoas com filhos também estão entre os mais afetados.

Embora o risco de pobreza e exclusão social seja quase sempre resultado da combinação de diversos fatores, a Eurostat destacou que a condição de trabalho “é, sem surpresa, uma das principais características socioeconômicas que impactam” neste sentido. Em 2020, enquanto 11,8% dos empregados e 19,2% dos aposentados corriam o risco de sofrer com pobreza ou exclusão, esse risco era de 66,2% para desempregados e 42,9% para inativos.

A pesquisa também aponta o papel dos programas sociais e de transferência de renda na mitigação do problema, destacando que estes “fornecem um meio importante para combater a pobreza monetária”. Antes da implementação desses programas em 2020, o risco de pobreza na União Europeia era de 25,4%. Com a efetivação desses programas, o risco foi reduzido a 17,1%.

Entre os países que encabeçam a lista de pessoas em vulnerabilidade na União Europeia estão Romênia, Bulgária e Grécia. Na outra ponta, dos países com menor número de habitantes em risco de pobreza ou exclusão social, aparecem República Tcheca, Eslováquia e Eslovênia.