in Jornal Público
O emprego em Portugal continuou a cair no primeiro trimestre de 2010, quando comparado com o mesmo período de 2009, conjuntura em que se verificou a maior subida de sempre do desemprego, revelam os números ontem divulgados pelo Eurostat.
Os dados apontam para uma queda de 1,6 por cento no primeiro trimestre face ao de 2009. Este valor representa uma continuação da trajectória de redução do emprego, embora com taxas de variação menos negativas.
O ponto mais baixo da quebra de empregos verificou-se no terceiro trimestre de 2009 face ao de 2008, quando o emprego caiu, segundo o Eurostat, ao redor de 3,1 por cento. No trimestre seguinte, a quebra continuou, embora a uma taxa ligeiramente mais reduzida (menos 2,8 por cento). A taxa de variação no primeiro trimestre de 2010 constitui, assim, uma continuação de um abrandamento na destruição de postos de trabalho.
Quando se comparam com o trimestre anterior, os dados do Eurostat assinalam que a quebra no emprego foi mais elevada no mesmo período de 2009, tendo sido seguida de uma ligeira melhoria no último trimestre de 2009 que se teria estabilizado no primeiro de 2010. Esta trajectória está em linha com a evolução geral do emprego na UE, que atinge um limiar de queda no mesmo período.
Face ao trimestre anterior, de acordo com o Eurostat, Portugal - à semelhança de Espanha, Alemanha e França - não criou nem destruiu emprego entre Janeiro e Março. As maiores quebras na UE verificaram-se na indústria e na construção (menos 1 por cento na zona euro e menos 1,2 por cento na União Europeia), enquanto os serviços - comércio, transportes e comunicações - apresentou alguma estabilidade do emprego.
No conjunto dos países da União Europeia, foram destruídos cerca de 455 mil postos de trabalho, um retrocesso de 0,2 por cento face ao quarto trimestre de 2009.