in Público on-line
O presidente da Associação Académica da Universidade de Vila Real revela que um inquérito feito aos alunos mostra que mais de metade dos inquiridos sentem dificuldades económicas e que alguns ponderam abandonar o curso.
A Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) fez um inquérito aos estudantes para tentar perceber a situação económica e as dificuldades sentidas pelos universitários.
A ideia lançada pela AAUTAD foi aproveitada por grande parte das associações académicas e de estudantes das universidades e institutos politécnicos.
Os dados nacionais dos inquéritos feitos aos universitários estão a ser tratados na academia transmontana e vão ser divulgados no decorrer do próximo Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA), que decorre nos próximos dias 17 e 18, em Évora.
“O objectivo é apurar os números reais da situação dos estudantes para se poder reivindicar ajudas e medidas de apoio junto do Governo”, afirmou o presidente da AAUTAD.
Ao inquérito da AAUTAD responderam 1269 alunos de um universo de cerca de oito mil. Sérgio Martinho referiu que, do total de inquiridos, 619 responderam que “têm dificuldades económicas”.
À pergunta se, por causa dessas dificuldades, já tinha pensado em deixar de estudar, apenas responderam 519 alunos, e destes, 310 disseram que sim.
Neste inquérito, a associação académica quis ainda saber o que pensam os estudantes do futuro. Cerca de 590 responderam que se sentem preparados para entrar no mercado de trabalho, enquanto que 673 responderam que não.
Mais de metade respondeu também que acha que a sua formação não se ajusta às oportunidades de emprego em Portugal.
Sérgio Martinho referiu que os resultados deste inquérito o “deixaram preocupado”.
“É preciso fazer alguma coisa, mas também ainda há a percepção de que há dificuldades enormes para conseguir arranjar emprego ou constituir a própria empresa”, frisou.
O responsável alertou ainda para outro número que considerou preocupante. Dos 1200 alunos do primeiro ano da UTAD, 1092 pediram bolsa de acção social.
Sérgio Martinho considerou que o facto de 85% dos estudantes da academia transmontana serem deslocados pode ajudar a explicar este número. No entanto, considerou que se “notam dificuldades a nível económico, no geral”.
Depois, segundo acrescentou, à medida que as bolsas vão sendo recusadas, há muitos estudantes que são obrigados a conciliar os estudos com um emprego ou a recorrerem a empréstimos ao banco para pagar as propinas.