in Jornal de Notícias
As mulheres estão mais vulneráveis à pobreza em Portugal, porque têm menos oportunidades de emprego, apesar de terem cada vez mais estudos, recorda o Instituto Nacional de Estatística.
Olhando para os principais factos do retrato demográfico feminino na última década percebe-se que a discriminação ainda é uma realidade nacional: apesar de terem aderido às novas tecnologias e integrarem o mercado de trabalho, têm taxas de desemprego mais elevadas do que os homens.
O número de beneficiárias de prestações de desemprego aumentou 36,7 na última década, período em que diminuiu o número de jovens que abandonam precocemente a escola e aumentou o número de mulheres com nível de escolaridade superior (duplicou o número de doutoradas) e secundário.
As portuguesas acompanharam a evolução positiva observada no país ao nível da investigação e desenvolvimento, assim como na utilização de tecnologias de informação e comunicação.
Em 2009, registaram-se 1.569 doutoramentos realizados ou reconhecidos em Portugal, dos quais mais de metade (810) foram protagonizados por mulheres.
As mulheres apresentam taxas de atividade e de emprego mais baixas, e de desemprego mais elevada.
No entanto, existem áreas onde as mulheres são a maioria, como acontece com os profissionais de saúde nos hospitais e centros de saúde: "desde 2006 que o número de médicas ao serviço nos hospitais e centros de saúde (14 444) passou a ser superior ao de médicos (13 592), tendo vindo a consolidar-se essa tendência nos últimos anos".
Numa década, o número de mulheres vítimas de crimes registados contra as pessoas aumentou e o número de reclusas diminuiu para metade entre 2000 e 2010.