in Correio da Manhã
Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas, sobre os novos pedidos de ajuda vindos de pessoas que perdem o emprego
Correio da Manhã – O desemprego não pára de crescer. Como analisa a situação?
Eugénio Fonseca – Vivemos tempos dramáticos. A pobreza vai, inevitavelmente, disparar nos próximos tempos e o grande problema é que são inexistentes os sinais de esperança. Os últimos dados dizem que Portugal já ultrapassou os 20 por cento de taxa de pobreza.
– Os pedidos de ajuda à Cáritas continuam a aumentar?
– Sem dúvida. Há casos em que já só conseguimos dar resposta num prazo de quinze dias.
– Que tipo de pedidos de ajuda vos têm chegado nos últimos tempos?
– Chegam-nos todos os tipos de pedidos, mas com incidência cada vez maior nas dificuldades em pagar dívidas aos bancos, despesas de casa, como água e luz, e, com cada vez maior frequência, pedidos de ajuda para pagar medicamentos.
– Têm conseguido responder?
– Com muita dificuldade e, na maioria dos casos, tentando ajudar à renegociação com os bancos. É que as nossas verbas são muito escassas.
– Vão realizar um novo peditório. Que expectativas têm?
– No ano passado arrecadamos 240 mil euros, menos 52 mil do que em 2010. Este ano vamos ver. Sabemos qual é a situação das famílias.