por Lusa, texto publicado por Paula Mourato, in Diário de Notícias
Os países da zona euro mais afetados pela crise económica e financeira, como Portugal, estão entre os que marcaram passo no índice de perceção de corrupção da organização Transparency Internacional, hoje divulgado.
"A Transparency International alertou constantemente a Europa para lidar com os riscos de corrupção no setor público para lidar com a crise financeira, apelando a esforços mais vigorosos para tornar as instituições públicas à prova de corrupção", afirma a organização não governamental em comunicado divulgado juntamente com o 'ranking'.
Portugal está em 33.º lugar no 'ranking' de 176 países, uma posição abaixo do registado no ano passado, enquanto a Espanha sobe alguns lugares.
Portugal apresenta uma classificação de 63, numa escala de 0 a 100, que vai de "muito corrupto" a "muito limpo".
Numa análise aos países da União Europeia (UE), Portugal surge em 15.º lugar, tendo abaixo apenas alguns países da Europa de Leste, Grécia, Itália e Malta.
Itália, e sobretudo Grécia, registaram quebras significativas em relação aos resultados apurados pela Transparency International (TI) em 2011.
Huguette Labelle, presidente da TI, defende que os governos não estão a mostrar maior determinação no combate ao abuso de poder, apesar de haver um foco maior sobre a corrupção a nível internacional.
"Os resultados do índice mostram que as sociedades continuam a pagar o elevado custo da corrupção", afirmou Labelle, na divulgação do índice.
Muitos dos países em que os seus cidadãos saíram à rua para contestar e por vezes derrubar governos vistos como corruptos não registaram melhorias, e, pelo contrário, mantiveram a sua posição ou caíram no 'ranking', segundo a TI.
Dois terços dos 176 países avaliados pela TI têm uma pontuação abaixo de 50, portanto mais próximo do nível zero, de muito corrupto.
Os países mais bem colocados são a Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia, com resultados de 90, graças a "forte acesso a sistemas de informação e regras de governação de desempenho dos titulares de cargos públicos", afirma a TI.
Na parte inferior da tabela estão novamente Afeganistão, Coreia do Norte e Somália, que não têm mecanismos de responsabilização dos seus líderes e instituições públicas eficazes, adianta a organização.