17.7.13

Homem mais rico da China diz que reduzir desigualdades não é prioridade

in Público on-line

O patrão do grupo Wahaha, Zong Qinghou, considerado o homem mais rico da China, afirmou, nesta quarta-feira, que não há “qualquer necessidade” de atacar o fosso crescente entre ricos e pobres no país, desde que cada um tenha possibilidade de enriquecer.

“Não temos necessidade de atacar o problema das diferenças de riqueza, é preciso resolver o problema da prosperidade comum”, disse à imprensa Zong Qinghou, que tem uma fortuna pessoal calculada em 11,3 mil milhões de dólares (quase 8,6 mil milhões de euros).

“As pessoas ricas devem ajudar o conjunto da população a tornar-se mais próspera”, disse Zong, fundador de um gigantesco grupo de bebidas não alcoólicas, que alargou a actividade aos leites para crianças e vestuário infantil.

“Se toda a gente fosse rica, a sociedade seria harmoniosa e mais confortável”, declarou o empresário de 67 anos, numa conferência que assinalou o lançamento de uma série de centros comerciais.

“Se instaurássemos o igualitarismo […] nem toda a gente teria o suficiente para matar a fome. É melhor encorajar as pessoas a criarem riqueza”, disse Zong, numa alusão ao período maoista. O empresário apelou a uma descida dos impostos para estimular o investimento.

Zong entrou no mundo dos negócios há 40 anos, vendendo bebidas gasosas para crianças. Os media dizem que nessa altura tinha tão pouco dinheiro que chegava a dormir debaixo de uma ponte, em Pequim.

A empresa que criou, a Wahaha (que significa algo como “Criança risonha”) conheceu um êxito fulgurante até se tornar a terceiro maior companhia de bebidas não alcoólicas do país, segundo a empresa de estudos de mercados de consumo Euromonitor International.

A fortuna atribuída a Zong pela revista chinesa Hurun Report faz dele o homem mais rico da China e um dos mais abastados da Ásia.

Os principais indicadores internacionais mostram que o fosso entre pobres e ricos na China se alarga cada vez mais. Um centro de pesquisa sobre economia familiar financiado pelo Governo de Pequim considerava, em Dezembro, a China como um dos 15 países mais desiguais do mundo.