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Presidente do Banco Alimentar aconselha desempregados a sairem de casa e a tentarem manter-se activos e considera que não é possível cortar mais nas pensões e nos salários
Isabel Jonet considera que as redes sociais são muitas vezes prejudiciais aos desempregados, tornando-se no seu pior inimigo.
“O pior inimigo dos desempregados são as redes sociais”, afirmou a presidente do Banco Alimentar em entrevista à Renascença. Para Jonet, o problema surge quando “as pessoas ficam desempregadas e ficam dias e dias inteiros agarradas ao Facebook, ou agarradas a jogos, agarradas a amigos que não existem e vivem uma vida que é uma total ilusão”.
Neste caso, a responsável defende que o voluntariado, mesmo não sendo uma solução para quem não tem trabalho, pode ajudar os desempregados a manterem-se activos, o que pode gerar mais possibilidades de encontrar um novo emprego.
Na mesma entrevista, Isabel Jonet referiu que os dois milhões de portugueses em risco de pobreza, são o facto mais preocupante dos últimos dados revelados pelo INE, atribuindo essa realidade aos cortes feitos nas prestações sociais.
Trata-se, segundo a presidente do Banco Alimentar de “uma nova categoria de pessoas que está afastada do mercado de trabalho, embora sejam novos, e alguns trabalhadores pobres”.
A responsável defende também que não se podem impor mais cortes aos pensionistas e funcionários públicos que “já não aguentam mais”. “Acho que há ainda muito onde podemos reduzir sem ter, necessariamente, de impor mais cortes aos pensionistas. Não se pode impor mais cortes a um determinado conjunto de pessoas que já não aguenta mais. Há limites que não se podem passar, porque era um erro estratégico”, sustenta.
Isabel Jonet diz ainda que a crise não está chegar ao fim e que está para durar na vida das pessoas e que são as IPSS que têm contribuído para que não aconteça uma ruptura social no país.