Paulo Ribeiro Pinto, in Dinheiro Vivo
Verbas foram distribuídas por nove países, mas Portugal, que tem direito a 5,9 mil milhões, ainda não está nesta lista. Apoio deve chegar nas próximas semanas.
A Comissão Europeia desembolsou nesta terça-feira mais 14 mil milhões de euros do fundo de apoio à proteção dos empregos, o chamado SURE - Support to mitigate Unemployment Risks in an Emergency ou Apoio à Mitigação de Riscos de Desemprego em caso de Emergência.
"A Comissão Europeia (CE) desembolsou 14 mil milhões de euros para nove países da UE na segunda prestação de apoio financeiro aos Estados-membros ao abrigo do instrumento SURE", refere um comunicado do executivo comunitário, adiantando que "como parte das operações de hoje, a Croácia recebeu 510 milhões de euros, Chipre 250 milhões de euros, Grécia 2,0 mil milhões de euros, a Itália 6,5 mil milhões de euros adicionais, a Letónia 120 milhões de euros, a Lituânia 300 milhões de euros, Malta 120 milhões de euros, Eslovénia 200 milhões de euros e a Espanha um adicional de 4,0 mil milhões de euros".
Esta segunda fase de financiamento aos Estados-membros surge numa altura em que o orçamento para a recuperação pós-pandemia sofre um revés devido ao bloqueio da Hungria e da Polónia no processo de aprovação final da "bazuca" europeia.
"Este apoio, sob a forma de empréstimos concedidos em condições favoráveis, ajudará estes Estados-membros a fazerem face aos aumentos repentinos das despesas públicas para preservar o emprego", refere o comunicado da CE, apontando que servirá para "cobrir os custos diretamente relacionados com o financiamento de instrumentos nacionais" de proteção ao emprego, como o caso do lay-off simplificado ou o apoio à retoma progressiva, em Portugal.
Trata-se de um reforço do financiamento já concedido no final de outubro, quando foram desembolsados 17 mil milhões de euros para Itália, Espanha e Polónia.
"Mais virão"
No total, o pacote SURE vale 100 mil milhões de euros, tendo já sido acionadas propostas para emprestar mais de 90,3 mil milhões de euros a 18 países, que vão sendo desembolsados à medida que a Europa consegue financiamento nos mercados internacionais.
Para Portugal estão reservados 5,9 mil milhões de euros, mas ainda não há data para que o dinheiro comece a chegar.
Este instrumento criado com a crise pandémica para proteger os rendimentos e os empregos deverá continuar a libertar verbas ao longo dos próximos meses. Pelo menos é essa a expectativa da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Ley.
A segunda onda está a atingir fortemente a Europa. A União Europeia está aqui para apoiar. Queremos proteger as pessoas deste vírus e também queremos proteger os seus empregos, pois esta crise também afeta as empresas", afirmou a líder do executivo comunitário citada no comunicado emitido nesta terça-feira, acrescentando que "este segundo desembolso de 14 mil milhões de euros ajudará os trabalhadores a receberem um rendimento. Mais virão", promete.
E num tweet dirigido aos vários países, von der Leyen assegurou que a Europa está pronta a ajudar. Por exemplo, com mensagens para os espanhóis ou os italianos.
Também o comissário europeu para a economia, Paolo Gentiloni, apontou o esforço da UE para ajudar os países. "Nestes momentos sombrios para tantos trabalhadores e empresas, estou orgulhoso pelo facto de a Comissão estar a ajudar a trazer esperança e apoio".