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Mais de metade dos portugueses à procura de emprego provém deste tipo de profissões
Comerciantes, empregados de restaurantes, professores, assistentes sociais, construtores civis são algumas das profissões de maior risco em Portugal e é nessas áreas que se tem verificado um maior crescimento do número de desempregados.
Uma análise ao mercado de trabalho realizada este ano pelo Observatório do Emprego e Formação Profissional mostra que, ao todo, até outubro já existiam mais de 870 mil desempregados em Portugal registados pelo Instituto Nacional de Estatísticas, o que representa a mais alta taxa de desemprego de sempre, estando a situação a agravar-se em quase todos os setores de atividade.
O número representa uma subida do desemprego de 26,3% relativamente a setembro de 2011 e é particularmente pesado entre aqueles que trabalham no chamado setor dos serviços, que engloba profissões como professores, médicos, vendedores, advogados, e todo o tipo de comércio, adianta a Lusa.
Mais de metade dos portugueses à procura de novo emprego provém deste tipo de profissões. Em setembro passado (últimos dados disponibilizados pelo INE) o crescimento do desemprego entre estas profissões chegava perto dos 30% relativamente ao mesmo período do ano passado.
Uma análise do Observatório do Emprego e Formação Profissional publicada em outubro (embora com dados relativos a 2011) mostra que no setor dos serviços, o maior número de desempregados é o do comércio, (28,4% do total deste segmento de desempregados) seguido pelo do alojamento e restauração (17,6%) e depois pelos da educação, das atividades administrativas e serviços de apoio (7,6%) e das atividades de saúde humana e apoio social (7%).
O observatório conclui ainda que quase 60% dos desempregados à procura de novo emprego são oriundos do setor de serviços, mas que mais de um terço dos desempregados (37,8%) pertence ao setor industrial. Na agricultura, o número de desempregados representa apenas 2,3%.
Na indústria, os trabalhos relacionados com a construção são os que apresentam maior percentagem de desempregados (41,6%), mas a falta de trabalho afeta também os empregos das áreas de energia e água.
O aumento do desemprego é sentido particularmente entre os mais jovens ¿ existem cerca de 56 mil com idades entre os 25 e os 34 anos -, contabilizando-se nesta faixa etária aqueles que estão à procura do primeiro emprego. Mas a situação entre os portugueses com mais de 45 anos torna-se particularmente grave, já que as perspetivas de encontrar novo posto de trabalho são escassas e mudar de profissão é, nesta idade, mais difícil.
Para as pessoas que estão nessa situação, o desemprego não significa apenas falta de rendimento seguro. Significa sobretudo, mudar de vida: reduzir despesas, escolher uma atividade em que não se tem qualquer experiência, emigrar, voltar a viver em casa dos pais são algumas das consequências avançadas por desempregados.