7.12.12

"Há margem para explorar co-financiamento das famílias" na educação

Márcia Galrão, in Económico

O primeiro-ministro diz que os cortes na despesa "cumprirão a Constituição" e que há margem para maiores reduções na Educação.

O primeiro-ministro Passos Coelho garante que o programa de cortes permanentes de pelo menos quatro mil milhões de euros na despesa do Estado "não deixará de cumprir a Constituição", mas recusou-se a avançar com qualquer medida concreta até Fevereiro, quando terá que apresentá-las à ‘troika'.

Questionado pela oposição sobre o que pretende fazer na Educação, depois de ter dito em entrevista à TVI que havia margem para mexer nesta área ao nível da repartição financeira dos seus custos, Passos diz que foi mal interpretado: "limitei-me a uma constatação, apesar do ensino obrigatório ser gratuito há uma parcela de material escolar, por exemplo, que não é coberta pela acção social. A Constituição dá-nos margem diferente na Saúde e Educação e iremos explorar estas margens", disse, lembrando que já há uma parte de co-financiamento das famílias, sobretudo no ensino superior.

Numa indirecta ao PS, disse que é difícil discutir estes temas, mas que "há uns que nem isso querem".

Jerónimo de Sousa, do PCP, acusa o Governo de "outra trapalhada" nesta matéria e de estar a querer "destruir o ensino", com uma leitura "perversa da Constituição".

João Semedo insistiu em querer saber "quais as parcelas da despesa pública em que o Estado vai cortar 4 mil milhões de euros", já que o Bloco de Esquerda não vê "gordura nenhuma".