Alexandra Serôdio, in Jornal de Notícias
A Igreja Católica apelou esta quarta feira, em Fátima, "ao coração e à mente de quem governa", para que sejam dados apoios sociais às famílias.
"Mesmo quando há restrições, como no caso presente, tem de haver prioridades e as prioridades é ir as urgências sociais que existem. Não apenas a curto prazo, mas nas medidas que os governantes tomarem têm que privilegiar os apoios sociais para que a família progrida e não haja um regresso a cada vez sermos menos", afirmou o porta voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
Lembrando que as famílias têm sido o suporte da sociedade, Manuel Morujão frisa a importância de se pensar "em como a geração presente vai beneficiar das ajudas sociais quando chegar à reforma".
Assumindo que não compete aos bispos "apresentar soluções técnicas e medidas concretas", o responsável defende ser "imperioso fazer mais pelas famílias portuguesas", nomeadamente através de incentivos fiscais à natalidade, que "têm sido insuficientes".
Falando aos jornalistas à margem da assembleia plenária da CEP, que termina esta quinta-feira em Fátima, Manuel Morujão falou em "co-responsabilização do Estado" na promoção de medidas de apoio à natalidade.
A família em tempo de crise é o tema da nota pastoral que foi aprovada pelos bispos e que vai ser tornada pública quinta-feira à tarde, durante a conferência de Imprensa a que presidirá o presidente da CEP e também cardeal patriarca de Lisboa.
Sobre o atual "ambiente politico", o porta voz do episcopado alerta para a necessidade de haver uma "harmonia social", "evitando convulsões que não são boas para ninguém". "É necessária uma base de convergência politica alargada, para servir bem a população", defendeu o responsável religioso.