in Jornal de Notícias
Os países do sul (Portugal, Espanha e Itália) devem trabalhar para colocar a reindustrialização, como uma prioridade para o crescimento económico e a criação de emprego, na agenda da União Europeia, disse, esta quarta-feira, o ministro da Economia.
"É verdadeiramente importante que este tema seja colocado pelos países da Europa do sul na agenda prioritária da Europa", disse António Pires de Lima em declarações aos jornalistas portugueses em Madrid.
"Se queremos ter uma política de sustentabilidade económica na Europa, que crie emprego e oportunidades para os jovens, é muito importante que recriemos uma boa base industrial, na indústria, nos serviços associados e no turismo e nas atividades conexas ao turismo", sublinhou.
Pires de Lima falava depois de uma visita ao stand de Portugal - dedicado ao tema do surf - na Feira Internacional de Turismo (FITUR), que decorre até domingo no complexo de feiras de Madrid (IFEMA).
Antes da visita à FITUR o ministro da Economia reuniu-se com o responsável espanhol da pasta da Indústria, Energia e Turismo, José Manuel Soria, encontro que considerou "importante" tendo em vista a preparação em Portugal, em fevereiro, de um encontro "que terá como tema central a reindustrialização da Europa e nomeadamente do sul da Europa.
Esse encontro, que decorrerá no âmbito da COTEC, surge depois do "trabalho de casa bem feito" do Governo português, que apresentou já a estratégia de fomento industrial para o crescimento e o emprego, sublinhou o ministro.
"Programa muito ambicioso que visa através da indústria, do turismo e dos serviços ajudar a que Portugal tenha um crescimento claramente superior a 2% nos próximos anos", disse, tendo sido para isso avançado um conjunto de objetivos e de medidas "devidamente calendarizadas" para os próximo dois anos.
Pires de Lima reconhece que um dos riscos nessa estratégia é o desafio do financiamento das empresas, especialmente das PME, mas num sentido "mais lato" que inclua tanto o crédito bancário como a capitalização das empresas.
"Essa é uma agenda prioritária do Governo em 2014 e 2015. Cremos que a nova instituição financeira de desenvolvimento vai ter um papel muito importante na dinamização desta agenda", afirmou.
A agenda, destacou, comporta outros aspetos como a investigação, a inovação, empreendedorismo, ciência e a definição das infraestruturas básicas necessárias, para reforço da competitividade, em Portugal e na Península Ibérica.