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Mais de 1.500 pessoas estavam em lista de espera, em Junho de 2013, para entrar na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), mais do dobro das que aguardavam por uma vaga em Dezembro de 2012.
Os dados constam do relatório da RNCCI referente ao primeiro semestre de 2013, a que a Lusa teve acesso, e mostram que a 30 de Junho de 2013 havia 1.538 pessoas em espera, a maioria (42%) na região de Lisboa e Vale do Tejo.
"Lisboa e Vale do Tejo tem a menor cobertura populacional em todas as tipologias, excepto em Unidades de Cuidados Paliativos, apresentando, no entanto, o maior número de utentes a aguardar vaga para esta tipologia, representando 72% dos utentes a nível nacional", lê-se no relatório.
As preocupações em relação à região de Lisboa e Vale do Tejo não se ficam por aqui e o relatório alerta mesmo que existem 428 pessoas à espera de uma vaga para uma Unidade de Longa Duração e Manutenção (ULDM).
Segundo a análise feita, estas 428 pessoas "representam 90,7% dos referenciados na região para esta tipologia [ULDM], situação que pode considerar-se insustentável".
O levantamento feito mostra que, a 30 de Junho de 2013, as 1.538 pessoas que aguardavam por uma vaga dividiam-se por 859 em lista de espera para Unidade de Longa Duração e Manutenção, 361 para Unidades de Média Duração e Reabilitação, 163 para Unidades de Cuidados Paliativos, 120 para Unidades de Convalescença e 35 para Equipas de Cuidados Continuados Integrados, ou seja, ao domicílio.
Por outro lado, o número total de camas na RNCCI era de 13.184, sendo que os lugares em domicílio, através das Equipas de Cuidados Continuados Integrados, representam 55% da capacidade de resposta da rede, com 7.196 lugares.
Para o mesmo período, o número de utentes referenciados foi de 19.348, um aumento de 12% relativamente aos 17.266 referenciados no mesmo período de 2012.
Em relação à referenciação dos utentes, o relatório mostra que a população da RNCCI "é muito envelhecida".
"A percentagem de utentes com idade superior a 65 anos tem tido valores próximos de 80%, sendo em 2013 de 82,7%. A população com idade superior a 80 anos tem vindo também a aumentar e em 2013 a percentagem de utentes referenciados com mais de 80 ano é de 44,1% (42,1% em 2012)", lê-se no documento.
A região norte foi a que mais referenciou em termos absolutos (7.517), sendo que 75% destes utentes foram referenciados a partir do hospital.
"A nível nacional, a percentagem de referenciação pelos centros de saúde foi de 33% (34% em 2012) e pelos hospitais de 67% (66%)", revela o relatório.
Relativamente à referenciação feita pelos hospitais, o relatório diz que esta é feita "perto do limite máximo de demora média hospitalar".
"A referenciação, que deveria, preferencialmente, ser efectuada nas primeiras 48 a 72 horas após admissão hospitalar, é feita muito próxima do dia previsto para a alta", aponta.
Acrescenta que 28,5% dos utentes referenciados foram para as Equipas de Cuidados Continuados Integrados, "assumindo esta tipologia de cuidados o maior peso a nível nacional".
Olhando para os motivos pelos quais aquelas 19.348 pessoas foram referenciadas, o relatório revela que em 92% dos casos estavam dependentes de terceiros para a realização de actividades diárias.
O documento revela ainda que 54,4% dos utentes referenciados são mulheres (56% em 2012) contra 45,6% de homens (44% em 2012).
No total, foram assistidos 25.955 utentes durante o primeiro semestre de 2013, mais 2.460 do que em igual período de 2012.
Lusa/SOL