por Catarina Guerreiro, in Sol
Estudo sobre violência juvenil mostra que agressões em grupo são dos crimes mais praticados por rapazes.
Quase 25% dos jovens do sexo masculino que vivem nas zonas urbanas praticam actos de vandalismo e 15% estiveram envolvidos em brigas e desacatos em grupo. A conclusão é de um trabalho do Centro de Estudos para Intervenção Social, intitulado Delinquência e Violência Juvenil em Portugal, concluído em 2013.
No estudo, baseado num inquérito a mais de 1.500 jovens entre os 12 e os 18 anos, de 35 escolas urbanas e rurais, 29, 4% dos inquiridos cometeu, ainda que ocasionalmente, pelo menos um crime. Destes, os mais frequentes são as brigas e desacatos em grupo, o vandalismo, o furto e o roubo em lojas. Se entre os rapazes as rixas são os actos mais comuns, entre as raparigas “há uma maior concentração na prática de dois tipos de delitos: roubos em lojas (12,5% na zona urbana e 8,6% na zona rural) e vandalismo (12,5 na zona urbana e 6,2%)”.
O documento refere também que, nas zonas urbanas, nas actividades com os amigos, 16,7% dizem que já usaram armas e 15,3% confessam que bateram em pessoas. “Segundo os peritos, a violência juvenil está a aumentar e ao mesmo tempo está a diminuir a diferença que havia entre rapazes e raparigas”, explica ao SOL Paula Carrilho, uma das autoras do estudo, que teve o apoio da Comissão Europeia.
Quanto a estas agressões violentas e gratuitas, a especialista comenta: “Muitos dos episódios são imitações do que se assiste nos EUA, onde esse tipo de violência está a aumentar”.
O importante, alerta Paula Carrilho, é agir para tentar contrariar a curva ascendente que se está a verificar no país. Por isso, os autores do trabalho irão em breve entregar às autoridades policiais e às assistentes sociais um conjunto de material de formação. “É preciso aprender a prevenir e não apenas reprimir”, defende Paula Carrilho.