Ana Rute Silva, in Público on-line
Christine Lagarde, directora geral da instituição, diz estar “muito preocupada” com os elevados níveis de desemprego entre os jovens.
Christine Lagarde diz que há boas e más notícias do arranque de 2014. Num texto publicado nesta terça-feira no blogue do Fundo Monetário Internacional (FMI), a directora-geral da instituição dá, primeiro, as boas notícias: a zona euro está finalmente a crescer, saindo lentamente da profunda recessão em que se encontrava. Seguem-se as más notícias: ainda há quase 20 milhões de pessoas no desemprego. E enquanto a situação se mantiver “não se pode dizer que a crise acabou”, defende.
O desemprego de longa duração está a preocupar Christine Lagarde que recorda que quase metade das pessoas está sem trabalho há mais de um ano. “Estou ainda preocupada com o elevado número de jovens sem emprego: quase um quarto dos europeus com menos de 25 anos não consegue encontrar trabalho. Em Itália e em Portugal, mais de um terço da população abaixo dos 25 anos está desempregada e em Espanha e na Grécia mais de metade”, sublinha no texto, escrito a propósito do lançamento de um novo livro do FMI sobre a recuperação económica da Europa.
“Quando o desemprego é elevado, o crescimento é lento porque as pessoas consomem menos e as empresas investem e empregam menos. Isto significa que a forma mais efectiva de criar mais postos de trabalho é impulsionar o crescimento”, continua Christine Lagarde. Citando estimativas, a directora-geral do FMI refere que o crescimento de um ponto percentual da economia nos países mais avançados poderá reduzir o desemprego em cerca de meio ponto percentual, levando ao mercado de trabalho mais de quatro milhões de pessoas.
Para fazer crescer a economia, a curto prazo, o FMI defende que será preciso uma “política fiscal e monetária inteligente”. A longo prazo, Christine Lagarde defende o arranque de uma união bancária na zona euro para garantir “uma estabilidade contínua do sector financeiro”. Depois, apela à redução dos níveis de dívida, não só pública como das empresas e famílias.
A directora-geral da instituição termina defendendo que as reformas no mercado laboral podem contribuir de forma significativa para o crescimento pleno de um país.