21.1.14

IEFP com 690 mil inscritos em Dezembro e 400 mil em formação

Por Filipe Paiva Cardoso, in iOnline

Ao mesmo tempo que a taxa de desemprego oficial está em queda, o total de abrangidos por programas de formação não pára de crescer

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) contava com 690,5 mil desempregados inscritos nos centros de emprego no final de Dezembro último, um valor 2,8% abaixo de Dezembro de 2012 e uma redução de apenas 0,2% face a Novembro de 2013. Apesar das quebras nos desempregados inscritos no IEFP, certo é que houve um aumento do total de pedidos de emprego nos centros: foram 917 mil em Dezembro, mais 5,6% que no mesmo mês de 2012.

Além do aumento do total de pedidos de emprego, o cenário também continua negro tanto para os jovens como para os de-sempregados de longa duração, segmentos em que o mercado continua em degradação. Segundo os dados avançados pelo IEFP, "nos desempregados de longa duração", ou seja, aqueles que já não têm direito a apoios do Estado, "foi observado um acréscimo de 10,3%". Já nos jovens, houve um aumento do desemprego de 1,7%, em que "os desempregados à procura de um primeiro emprego apresentavam um aumento de 21% face ao mês homólogo de 2012".

Apesar do mau estado do mercado de trabalho tanto para quem procura o primeiro emprego como para quem está desempregado há mais de um ano, em geral o total de inscritos no IEFP tem vindo a cair. Mas se os de- sempregados inscritos caem, evolução oposta tem ocorrido no total de abrangidos por medidas de emprego, formação profissional ou reabilitação profissional do mesmo IEFP. Segundo dados relativos a Novembro de 2013, contavam-se então 530 mil indivíduos envolvidos em acções deste género, mais 20% que um ano antes - mais 88,5 mil abrangidos -, crescimento alimentado sobretudo pelas acções de formação profissional: os 340,6 mil indivíduos envolvidos em acções de formação do IEFP em Novembro de 2012 passaram para mais de 400 mil até Novembro de 2013.

202 milhões sem emprego Segundo a Organização Internacional do Trabalho, 2013 resultou num aumento de 5 milhões de desempregados a nível mundial, qualquer coisa como a destruição de 14 mil postos de trabalho por cada dia no ano passado. No final de 2013, diz a OIT, havia perto de 202 milhões de desempregados, e o crescimento deste total deverá continuar nos próximos anos, sendo de esperar o aparecimento de mais 13 milhões de desempregados entre este ano e 2018.

A OIT estimou também que desde a eclosão da crise um total de 23 milhões de pessoas perderam o emprego, seja pelos efeitos da crise, seja pelo impacto da cura de austeridade seguida pelos diferentes governos. O flagelo foi especialmente sentido pelos mais jovens: entre os 202 milhões de desempregados no mundo, diz a OIT, perto de 75 milhões têm entre 15 e 24 anos - mais um milhão que no final de 2012.

A taxa de desemprego calculada pela OIT estava assim nos 6% em 2013, um valor que no caso dos jovens até aos 24 anos mais do que duplica, situando- -se em 13,1%. Além disso, mais de 40% dos desempregados são já de longa duração e 325 milhões de trabalhadores ganham menos de 1,25 dólares por dia.