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Para Vieira da Silva o desemprego do final de 2020 é "surpreendente", mas recorda que há mais pessoas na inatividade. O ex-ministro avisa que quem provocar uma crise política pagará "muito caro".
O ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social mostra-se surpreendido pela evolução da taxa de desemprego (6,8%) em 2020 perante a crise pandémica, mas recorda que, tal como mostram os números, há mais pessoas em inatividade que não contam para o cálculo da taxa. Quanto a uma potencial crise política, Vieira da Silva diz em entrevista publicada este domingo no DN/TSF que quem a provocar pagará “muito caro”.
“A queda da atividade económica elevada (…) normalmente gera taxa de desemprego maior”, admite Vieira da Silva, concluindo que este “não é um exclusivo português, mas é surpreendente, apesar de, obviamente, haver mais pessoas em situação de inatividade“. Isto significa que haverá uma vaga de desemprego escondida? O ministro não é taxativo. “Vai depender dos setores, mas tenho aqui uma humildade extrema: acho que ninguém sabe exatamente o que é que se vai passar“, admite.
Em relação à bazuca europeia, Vieira da Silva defende que o foco deve ser o emprego. “Devemos aplicar o dinheiro de forma a que a resposta, na criação de emprego e na defesa do emprego, seja a mais rápida possível“, pede, alertando que teme “efeitos destrutivos, imediatos e a prazo, na área do emprego e das qualificações”. O ex-ministro defende ainda que o turismo continue a ter uma “presença significativa na nossa estrutura económica”, em simultâneo com uma maior diversificação.