27.5.12

Banco Alimentar recolheu mais de 500 toneladas de alimentos até às 18 horas

in Jornal de Notícias

A presidente do Banco Alimentar contra a Fome, Isabel Jonet, disse que, até às 18 horas deste domingo, tinham sido recolhidas 502 toneladas de alimentos, depois de no sábado a campanha do Banco Alimentar ter angariado 1460 toneladas.

Ainda sem um balanço final, Isabel Jonet disse que todos estes alimentos vão ser entregues às 2116 instituições de solidariedade social com que o Banco Alimentar tem acordos, ajudando cerca de 337 mil pessoas com carências alimentares comprovadas.

"É um resultado extraordinário. Penso que o acréscimo [em relação à última campanha] permite medir o pulso do país e a capacidade de mobilização coletiva dos portugueses", afirmou a responsável.

Isabel Jonet disse ainda que "o facto de, em tempos de crise, ter havido uma vez mais uma resposta muito positiva e entusiástica ao desafio que é lançado de seis em seis meses pelos bancos alimentares contra a fome significa que há uma capacidade de esperança, de dar a volta à crise", afirmou.

"O alimento mais doado de todos foi o arroz", disse a responsável, mas também houve uma grande recolha de outro tipo de bens não perecíveis, como o leite, o atum, o azeite, as massas, as bolachas e os cereais de pequeno-almoço.

"Há pessoas que também querem dar um mimo [e oferecem] chocolate, chocolate para o leite, leite condensado, fruta em calda. Há pessoas que pensam que os pobres também têm direito a comer mais do que os alimentos básicos", acrescentou.

Termina este domingo a primeira campanha deste ano de recolha de alimentos, organizada pelo Banco Alimentar Contra a Fome, numa altura em que os pedidos continuam a crescer e em que a instituição procura aumentar as fontes de abastecimento.

Este fim-de-semana, cerca de 38 mil voluntários recolheram doações nos supermercados, seja em produtos ou em vales, que depois vão armazenar para distribuição.

O Banco Alimentar Contra a Fome organiza campanhas nacionais de recolha de alimentos duas vezes por ano: uma em maio e outra em dezembro.

Cerca de um quinto dos portugueses vive atualmente em situação de pobreza, segundo dados do Banco de Portugal, citados pela presidente do Banco Alimentar, que adianta que se fossem retiradas as prestações sociais, quase metade (40%) das pessoas viveria abaixo do nível de rendimento mínimo.