in Jornal de Notícias
Cerca de 13 mil pessoas não têm domicílio fixo em Atenas, entre as quais 1500 que vivem nas ruas e 11500 em casas que estavam abandonadas.
"A maioria dos 1500 está desempregado ou é toxicodependente, abandonado após o encerramento dos centros de desintoxicação devido à crise", indicou à agência noticiosa francesa AFP o presidente da organização não governamental grega Praksis, Tzanetos Antypas.
"A maioria dos 11500 é imigrante clandestino, amontoado aos 15 e 20 em apartamentos degradados do centro de Atenas", adiantou.
Faltam estatísticas oficiais na Grécia sobre o número de pessoas sem domicílio fixo (SDF) e qualquer inquérito realizado por organizações é, na maior parte das vezes, "aproximativo ou exagerado", disse o responsável, numa alusão a uma avaliação divulgada em 2011, que calculava em 25 mil os habitantes de Atenas sem habitação fixa.
A crise fez aparecer um novo perfil dos desalojados, disse.
Atualmente, "veem-se nas ruas pessoas, sobretudo homens entre os 40 e os 55 anos, desempregados ou gente que não pode continuar a pagar alojamento ou assumir as responsabilidades pelas famílias", enquanto antes eram mais jovens imigrantes ou toxicodependentes, precisou Tzanetos Antypas.
Criada em 2004, a Praksis conta com 120 funcionários e 580 voluntários e é responsável por dois centros de saúde em Atenas e Salónica (norte) e um centro para as crianças vítimas de tráfico no porto de Patras (oeste).
Graças a um donativo de 2,8 milhões de euros da fundação do armador Stavros Niarchos, esta ONG deve abrir este ano três centros, em Atenas e no Pireu, porto da capital grega.