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A conclusão é de um relatório da Agência para a Alimentação e Agricultura da ONU
Uma em cada sete pessoas no mundo sofre de subnutrição. A conclusão é de um relatório da FAO, a agência da ONU para a alimentação e agricultura.
Números que dão que pensar. Três quartos dos pobres e famintos do mundo vivem em áreas rurais. Quase metade das terras degradadas do planeta estão em áreas afetadas por altas taxas de pobreza. Além dos 900 milhões de pessoas que passam fome, sublinha a FAO, há mais de mil milhões de pessoas que sofrem de malnutrição, ou seja, ingerem calorias suficientes mas faltam-lhes nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas ou minerais.
José Graziano da Silva, director-geral da FAO, recorre a estes dados para tentar abrir os olhos dos líderes mundiais que estarão na cimeira Rio+20, em Junho, onde será debatido o desenvolvimento sustentável. «A visão Rio de um desenvolvimento sustentável não pode realizar-se enquanto a fome e a malnutrição não forem erradicadas», alerta Graziano no prefácio do relatório da FAO agora divulgado.
A FAO vê a cimeira do Rio como uma «oportunidade de ouro» para explorar a convergência entre as agendas da segurança alimentar e da sustentabilidade, mas para isso, defende, são necessárias mudanças ao nível da produção e do consumo que quebrem o «ciclo vicioso» da fome: com menos produção, aumenta a pobreza e atrasa-se o desenvolvimento económico.
A FAO estima que «para alimentar uma população que deverá atingir os nove mil milhões em 2050 seja preciso aumentar a produção agrícola em pelo menos 60 por cento nas próximas décadas». Ainda assim, continuaria a , diz o diretor-geral, lembrando que, mesmo que se conseguisse esse aumento de produção, continuaria a haver 300 milhões de pessoas com fome em 2050, as que não têm meios de acesso a comida.