18.2.13

Draghi admite ser necessário “mitigar efeitos” do ajustamento em países como Portugal

in iOnline

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse hoje em Bruxelas concordar que é necessário encontrar formas de “mitigar” os efeitos do ajustamento em países como Portugal, mas sem comprometer os esforços de consolidação já realizados e que devem prosseguir.

Participando num debate na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, Mario Draghi respondia à eurodeputada socialista Elisa Ferreira, que perguntou ao líder do BCE se não concordava que deveriam ser melhorados os processos de ajustamento impostos a países como Portugal, “que seguiu à risca as recomendações da ‘troika’”, que o BCE integra, mas depara-se com níveis de recessão e desemprego acima do previsto.

Draghi respondeu que, de facto, a grande preocupação atualmente é contrariar os efeitos negativos dos processos de ajustamento, mas defendendo ser necessário que os Estados-membros prossigam a consolidação orçamental, “sobretudo aqueles com dívida muito elevada”, já que quanto maior o desequilíbrio, “mais necessária é a consolidação”.

Por isso, segundo Mario Draghi, importa encontrar uma forma de “mitigar os efeitos da consolidação orçamental, mas sem adiar o ajustamento”.

Ainda em resposta a Elisa Ferreira, que voltou a pedir a palavra para perguntar ao presidente do BCE se não concorda que deve ser tida em conta a situação específica de cada país e o ambiente generalizado de recessão na Europa, Draghi sustentou que tal já é feito, pois os processos de consolidação “são feitos à medida de cada país", que "não há um modelo idêntico para todos”, mas insistiu que não pode ser esquecida a vertende de combate ao desequilíbrio das contas públicas.