by Juliana Batista, in Fátima Missionária
ONG pede doações para levar artigos de higiene às comunidades ciganas Quantia doada será usada para fazer chegar toalhitas desinfetantes e lixívia junto das comunidades ciganas mais desfavorecidas do país
Os responsáveis pela Rede Europeia Anti-Pobreza em Portugal (EAPN) decidiram lançar uma campanha de angariação de fundos para oferecer ‘kits’ de segurança e de higiene às comunidades ciganas de todo o país, especialmente às mais desfavorecidas, que habitam em acampamentos e barracas, em condições consideradas indignas, e que colocam em risco a sua saúde individual e comunitária. Cada um destes ‘kits’ deverá conter “máscaras, luvas, álcool, sabão, toalhitas desinfetantes e lixívia”.
Jardim Moreira, sacerdote e presidente da EAPN Portugal, destaca a importância desta ação, que deverá chegar junto das comunidades com que a organização que dirige se encontra a trabalhar. “A necessidade de agir leva-nos a lançar esta campanha. E todos são convidados a ajudar. Cada ‘kit’ de segurança e saúde custa 22 euros. Numa primeira fase, dirigimos a nossa doação às cerca de 100 famílias, distribuídas por vários concelhos da região Norte, Centro e Alentejo. Mas gostaríamos de chegar ao maior número de famílias ciganas, no território nacional, principalmente as mais carenciadas. Como sabemos, as comunidades ciganas encontram-se numa situação de ainda maior fragilidade e vulnerabilidade. Urge fazer o que estiver ao nosso alcance para minimizar o problema”, refere o responsável, em comunicado, alertando para a falta de condições em que tantas comunidades ciganas vivem.
“As famílias que vivem em acampamentos e barracas, sem acesso a água, luz e a uma habitação digna, são as que mais necessitam de proteção face à pandemia que vivemos. São famílias que possuem apenas, como meio de subsistência, os rendimentos provenientes da realização das feiras e da venda ambulante e que enfrentam, além dos problemas de salubridade, a suspensão das suas atividades por período indeterminado”, aponta o presidente da Organização Não Governamental (ONG), lembrando outras das carências destas famílias.
“As necessidades destas comunidades são extremas, e não só carecem de alimentos e de materiais, como de informação, acompanhamento que garantam as suas necessidades básicas, pois a grave emergência sanitária provocada pela Covid-19 afeta a saúde pública e tem, ainda, profundas repercussões económicas e sociais, que exigem um esforço coletivo e comprometido de todos os setores da sociedade”, indica o sacerdote, acrescentando que está já sinalizadas as famílias que mais carecem de apoio. “Tentaremos ser o mais abrangente possível, através dos núcleos distritais que temos pelo país e que já tem sinalizados alguns desses agregados.” A campanha de angariação de fundos decorre sob o mote “SOS Comunidades ciganas”.