30.4.20

ONG pede doações para levar artigos de higiene às comunidades ciganas

by Juliana Batista, in Fátima Missionária

ONG pede doações para levar artigos de higiene às comunidades ciganas Quantia doada será usada para fazer chegar toalhitas desinfetantes e lixívia junto das comunidades ciganas mais desfavorecidas do país

Os responsáveis pela Rede Europeia Anti-Pobreza em Portugal (EAPN) decidiram lançar uma campanha de angariação de fundos para oferecer ‘kits’ de segurança e de higiene às comunidades ciganas de todo o país, especialmente às mais desfavorecidas, que habitam em acampamentos e barracas, em condições consideradas indignas, e que colocam em risco a sua saúde individual e comunitária. Cada um destes ‘kits’ deverá conter “máscaras, luvas, álcool, sabão, toalhitas desinfetantes e lixívia”.

Jardim Moreira, sacerdote e presidente da EAPN Portugal, destaca a importância desta ação, que deverá chegar junto das comunidades com que a organização que dirige se encontra a trabalhar. “A necessidade de agir leva-nos a lançar esta campanha. E todos são convidados a ajudar. Cada ‘kit’ de segurança e saúde custa 22 euros. Numa primeira fase, dirigimos a nossa doação às cerca de 100 famílias, distribuídas por vários concelhos da região Norte, Centro e Alentejo. Mas gostaríamos de chegar ao maior número de famílias ciganas, no território nacional, principalmente as mais carenciadas. Como sabemos, as comunidades ciganas encontram-se numa situação de ainda maior fragilidade e vulnerabilidade. Urge fazer o que estiver ao nosso alcance para minimizar o problema”, refere o responsável, em comunicado, alertando para a falta de condições em que tantas comunidades ciganas vivem.

“As famílias que vivem em acampamentos e barracas, sem acesso a água, luz e a uma habitação digna, são as que mais necessitam de proteção face à pandemia que vivemos. São famílias que possuem apenas, como meio de subsistência, os rendimentos provenientes da realização das feiras e da venda ambulante e que enfrentam, além dos problemas de salubridade, a suspensão das suas atividades por período indeterminado”, aponta o presidente da Organização Não Governamental (ONG), lembrando outras das carências destas famílias.

“As necessidades destas comunidades são extremas, e não só carecem de alimentos e de materiais, como de informação, acompanhamento que garantam as suas necessidades básicas, pois a grave emergência sanitária provocada pela Covid-19 afeta a saúde pública e tem, ainda, profundas repercussões económicas e sociais, que exigem um esforço coletivo e comprometido de todos os setores da sociedade”, indica o sacerdote, acrescentando que está já sinalizadas as famílias que mais carecem de apoio. “Tentaremos ser o mais abrangente possível, através dos núcleos distritais que temos pelo país e que já tem sinalizados alguns desses agregados.” A campanha de angariação de fundos decorre sob o mote “SOS Comunidades ciganas”.