28.4.20

Trabalhar com máscara ou sem? E luvas? Sindicato pede à DGS regras "urgentes" para super e hipermercados

Ana Carrilho, Filipe d'Avillez, in RR

Filipa Costa dá o exemplo de duas lojas diferentes em que foi detetado um caso positivo entre os trabalhadores e as empresas agiram de forma radicalmente diferente. Tem de haver regras para todos, pede.

O Sindicato do Comércio e Serviços de Portugal escreveu uma carta à Diretora-geral da Saúde, em que reclama medidas urgentes de proteção dos trabalhadores dos super e hipermercados.

Uma cópia da carta seguiu também para as ministras do Trabalho e da Saúde.

A coordenadora do sindicato, Filipa Costa, diz à Renascença que as medidas adotadas pelas empresas do setor são variadas e quase sempre insuficientes, e por isso pede-se a intervenção da DGS.

“Temos situações em que vamos a um supermercado ou hipermercado e vemos uns trabalhadores com máscaras, outros sem máscaras, uns com luvas e outros sem luvas. Tem a ver com a situação de não haver qualquer tipo de controlo nos corredores e nas áreas da fruta, por exemplo, em que vemos clientes uns em cima dos outros e em cima dos próprios trabalhadores.”

Filipa Costa frisa que estes trabalhadores, considerados essenciais e que também estão na linha da frente, têm o direito de se sentir seguros.

Mas isso não acontece, muitas vezes, já que os procedimentos são diferentes, mesmo em lojas do mesmo grupo.

A sindicalista dá como exemplo uma loja em que foi detetado um caso positivo de COVID-19 e os trabalhadores da equipa foram todos enviados para casa, sendo o estabelecimento devidamente desinfetado, comparando-a com outra loja em que apenas a pessoa que acusou positivo se foi embora, procedendo-se apenas a uma limpeza mais profunda do espaço.

A coordenadora do CESP diz que não é caso único e defende a existência de um protocolo imanado de uma entidade superior, como a DGS, que defina regras que todo têm de cumprir de igual forma.

“Estas medidas devem ser pronunciadas pela própria DGS, devem valer para todas as empresas do setor e as empresas têm de corresponder”, conclui.