24.4.20

O que muda com o desconfinamento. Saiba o que pode esperar em cada setor

João Carlos Malta, in RR

O Governo ainda não se pronunciou sobre todas as atividades, mas António Costa já falou de algumas e há associações profissionais que começam a pensar em como preparar o regresso depois do confinamento. A Renascença monta o puzzle para ajudar a perceber o que já se sabe pelo ansiado regresso depois do confinamento e o que poderá encontrar em cada área.

O Governo, em articulação com o Presidente da República, tem estado a estudar as melhores formas de Portugal voltar a ligar a atividade económica à ficha. Muitas das medidas serão faseadas, pautadas pela precaução necessária, para evitar um segundo surto. Mas, neste momento, há já várias atividades económicas a posicionarem-se para tomar medidas profiláticas que devolvam a confiança aos clientes.

Há medias setoriais, mas há questões que serão transversais que se deverão aplicar a todos como aquela que o primeiro-ministro António Costa expressou no Parlamento há uma semana, relacionada como uma nova forma de organizar o trabalho. "Temos que contactar as empresas para encontrar melhores formas de organização do tempo de trabalho, trabalhando uns de manhã, outros à tarde, uns uma semana, outros outra semana".

Entretanto, Costa avançou esta sexta-feira, que o fim de semana alargado de 1 a 3 de maio terá as mesmas restrições de deslocação entre municípios que o período da Páscoa devido à pandemia de Covid-19. Acrescentou ainda na mesma comunicação ao País que "mais vale ir agora lentamente e com segurança do que termos surpresas desagradáveis",referindo-se à reabertura faseada da atividade económica, que será feita em períodos consecutivos de 15 dias.

Conheça aqui o que já foi decidido ou o que cada atividade pensa fazer quando a quarentena for levantada.


O Governo, em articulação com o Presidente da República, tem estado a estudar as melhores formas de Portugal voltar a ligar a atividade económica à ficha. Muitas das medidas serão faseadas, pautadas pela precaução necessária, para evitar um segundo surto. Mas, neste momento, há já várias atividades económicas a posicionarem-se para tomar medidas profiláticas que devolvam a confiança aos clientes.

Há medias setoriais, mas há questões que serão transversais que se deverão aplicar a todos como aquela que o primeiro-ministro António Costa expressou no Parlamento há uma semana, relacionada como uma nova forma de organizar o trabalho. "Temos que contactar as empresas para encontrar melhores formas de organização do tempo de trabalho, trabalhando uns de manhã, outros à tarde, uns uma semana, outros outra semana".


Entretanto, Costa avançou esta sexta-feira, que o fim de semana alargado de 1 a 3 de maio terá as mesmas restrições de deslocação entre municípios que o período da Páscoa devido à pandemia de Covid-19. Acrescentou ainda na mesma comunicação ao País que "mais vale ir agora lentamente e com segurança do que termos surpresas desagradáveis",referindo-se à reabertura faseada da atividade económica, que será feita em períodos consecutivos de 15 dias.

Conheça aqui o que já foi decidido ou o que cada atividade pensa fazer quando a quarentena for levantada.


Hospitais
O presidente da Associação de Administradores Hospitalares avançou à Renascença um conjunto de medidas a tomar.

- garantir que os hospitais venham a ter mais meios de proteção individual para todos os doentes, profissionais e também para as visitas, se quisermos reativar essas vertentes;

- necessidade de redefinir a rede Covid-19, definir quais são os hospitais, quais os recursos em termos de camas, quais os profissionais de saúde. É importante fixar essa ‘resposta Covid;
- necessário fazer descansar as equipas e, por outro lado, treinar novas pessoas para fazer a sua substituição;
- hospitais com poucos casos de Covid-19 transfiram os doentes para unidades com mais capacidade de resposta;
- mudanças no sistema na marcação de consultas e o alargamento do horário de funcionamento dos hospitais;
- reduzir a lista de consultas adiadas, muitos hospitais já começaram a aplicar o método da telemedicina.

Administração Pública
- restabelecimento do serviço de atendimento presencial;
- termo à suspensão de prazos procedimentais e processuais;
- Nas Lojas do Cidadão e nos Espaços do Cidadão serão instaladas barreiras em acrílico a separar utentes de funcionários;

Transportes Públicos
Estão a ser estudadas formas de reestabelecer os serviços suspensos ou restingidos.

- horários desencontrados;
- desinfeção generalizada e mais frequente;
- uma nova organização do trabalho que não crie ondas de ponta muito forte;
aumentar oferta;

Praias
As regras são ainda genéricas e devem ser detalhadas a 6 de maio. O que já se sabe:

- limitação da capacidade de carga das praias, pode vir a ser controlada pela limitação de lugares de estacionamento nos locais em que essa seja a única forma de acesso;
- necessidade de impor distâncias mínimas entre sombras;
- a obrigatoriedade do uso de máscaras em cafés e restaurantes dos concessionários;
- cumprimento de protocolos de higiene.

Turismo
- reabertura faseada dos hotéis, o melhor cenário será uma retoma já próximo da normalidade em julho
desinfeção das malas dos clientes;
- selo de garantia enquanto "Hotel Covid free";
- lavagem frequente das mãos;
- uso de máscara de proteção e de luvas;
- oferta de máscaras aos clientes no chek-in;

Universidades e Politécnicos
- o regresso às atividades será “gradual”;
- o ensino a distância continuará a ser a norma até ao final do semestre letivo;
- garantidas as condições de distanciamento social;
- higienização dos espaços e disponibilização de equipamentos de proteção individual.

Igrejas
Deverão abrir a partir de maio, mas com limitações.

- uso obrigatório de máscaras;
- limitação do número de pessoas por metro quadrado, deverá haver indicação para que seja guardado um espaço de um metro ou dois entre cada pessoa;
- a Igreja, quando suspendeu a catequese presencial, seguiu as indicações que foram dadas para as escolas. E agora deve manter o que também vigora para as escolas;
- continuação da suspensão de todas as manifestações religiosas que implicarem maior aglomeração e circulação de pessoas; como procissões, festas de catequese e casamentos. Devem continuar suspensas as peregrinações, como o 13 de maio em Fátima, que decorrerá sem peregrinos como já anunciou o cardeal António Marto;
- casamentos e batizados devem manter-se a recomendação em curso: adiar sempre que possível, quando não é possível adiar, deve ter uma presença limitada de pessoas.
- Funerais
Os decretos do estado de emergência também impõem limitações nos funerais, que são definidas pelas autarquias, no que diz respeito ao número de pessoas presentes.

- a Igreja tem mantido o acompanhamento religioso dos funerais, com a recomendação de que, sempre que possível, a celebração das exéquias decorra no cemitério e não na igreja ou em capelas mortuárias;
- não há limitações às celebrações religiosas”, no que diz respeito às exéquias, no caso em que a família pretende acompanhamento religioso;
- limitações civis, “devem ser aplicadas com o bom senso próprio do momento, sempre muito doloroso para todas as famílias e para qualquer pessoa”;


Restaurantes
O Estado ainda não se pronunciou mas o setor já avançou com propostas bem concretas.

- redução da limitação máxima de cada espaço de restauração para metade e de acordo com o evoluir da situação, poder-se-á aumentar gradativamente a lotação;
- disposição das mesas: garantir pelo menos um metro de distância entre cada mesa;
- instalações higienizadas: garantir a limpeza / desinfecção frequente de pontos de alto contacto como mesas / maçanetas, etc;
- alargamento do período do almoço e jantar, ficando os espaços de restauração obrigados à marcação prévia de mesa, de modo a assegurar que não -haja aglomerados de clientes;
- as empresas devem permitir um horário mais alargado para as refeições dos seus trabalhadores;
- higiene alimentar: garantir a lavagem e limpeza de todos os ingredientes antes da sua confeção;
- uso obrigatório de máscaras e ou viseira por parte dos trabalhadores do restaurante;
- obrigatoriedade por parte dos clientes na leitura de temperatura e desinfeção das mãos, à entrada do estabelecimento;
- eliminação temporária das ementas e cartas, estando apenas expostas em local visível, evitando-se o contacto físico

Ginásios
Há várias propostas da AGAP, associação que representa os ginásios e os centros de fitness. Veja todas as medidas propostas aqui.

- aplicar um limite de um sócio por cada 4 m2 de área, respeitando assim a distância recomendada de afastamento de dois metros/pessoa;
- contagem de saída/entrada será também instalada para garantir o respeito dessa capacidade máxima em tempo real;
- limitar a capacidade das aulas em grupo na mesma base (1 pessoa por cada 4 m2) com contagem sistemática do número de participantes;
- nas Salas de Exercício (cardio-fitness e musculação) a limitação de frequência será determinada pelo número de utentes igual ao número de 50% dos equipamentos em utilização relativamente aos existentes antes do encerramento;
- o tempo de permanência de cada utente não deve ser superior a uma hora;
- controlar o acesso às salas, de modo a não gerar filas à entrada;
- marcação no chão das distâncias mínimas entre as pessoas na Recepção dos Clubes;
- proteções de acrílico ou vidro, no atendimento das recepções;
- proibição de praticar exercício dois a dois.

Cabeleireiros
Prevê-se que comecem a laborar no início de maio, mas não está garantido de que seja logo no dia 2.

- vai ser preciso fazer marcação prévia;
- levar máscara, ou até viseira;
- deixar em casa os anéis, colares, brincos, pulseiras;
- lavar e desinfetar as mãos à entrada do salão passará a ser obrigatório;
- possível alargamento dos horários de funcionamento dos estabelecimentos;
- salões apenas com metade da ocupação;
- os profissionais deverão usar os equipamentos de proteção individual à higienização e desinfeção do material de trabalho e dos salões.

Cultura (cinemas, teatros)
O primeiro-ministro António Costa é da opinião que “a cultura não pode continuar encerrada à espera de melhores dias."

- começar pela reabertura de têm lotação fixa e lugares marcados, para permitir a reabertura com o afastamento necessário

Construção Civil
O setor não parou, mas deve continuar a apostar na segurança e no reforço da higienização. Veja aqui a lista de recomendações da AICCOPN, a associação de empresários.

- medição de temperatura à entrada e saída de obra;
- os trabalhadores em estaleiro de obra devem estar sempre a dois metros uns dos outros;
- obras com muita afluência, os horários de início dos trabalhos devem ser escalonados para evitar filas na “entrada” da obra;
- testagem dos trabalhadores;
- a atribuição de certificados de imunidade sempre que for possível fazê-lo
- criação de uma plataforma digital onde em cada obra se poderá fazer registo de qualquer caso suspeito e da sua respetiva cadeia de contágio
- reforço das limpezas e mecanismos de desinfeção, colocação de desinfetantes das mãos nas obras e/ou aumento de pontos de lavagem das mãos equipados com dispensadores de sabão;