28.7.14

in RR

A Renascença falou com a porta-voz da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Gaza. Pessoal médico está a ficar "cansado" e "deprimido", vendo "todas as crianças e mulheres que chegam ao hospital”.

A porta-voz da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Gaza disse, este domingo, à Renascença, que "a situação está cada vez pior".

“Milhares de pessoas foram desalojadas das suas casas e estão a procurar abrigo nas escolas das nações unidas, em mesquitas, em igrejas, ou mesmo à volta do hospital Al-Shifa”, relata Samantaha Maurin.

“Neste momento, há cerca de duas mil pessoas que ficam à volta do hospital e tentam construir abrigos improvisados. A situação para estas pessoas está a tornar-se crítica”, acrescenta.

De acordo com a porta-voz da MSF, as pausas humanitárias são aproveitadas para tentar encontrar bens essenciais. “Ontem, durante o cessar-fogo, havia muitas pessoas na rua à procura de mantimentos para os próximos dias, a tentar arranjar alimentos, dinheiro e água para armazenarem para poderem cozinhar nos próximos dias. Hoje os bombardeamentos recomeçaram e elas estão muito preocupadas”, conta Maurin.

O quadro de grande preocupação passa também pela situação hospitalar, onde são muitas as carências. “Os médicos palestinianos, o pessoal médico do hospital Al-Shifa, estão a trabalhar em turnos de 24 horas. Com a quarta semana de conflito a começar agora, estão, obviamente cansados e a ficar deprimidos ao ver todas as crianças e mulheres que chegam ao hospital”, relata.

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