9.4.20

Covid-19: Bairro das Pedreiras, uma “bomba relógio” às portas de Beja

in Rádio Pax

João Paulo Ramôa (JPR) lamentou a forma como várias situações, a nível regional, estão a ser tratadas relativamente à pandemia da Covid-19.

Na qualidade de comentador conotado com o PSD, no programa semanal da Rádio Pax, “Visão dos Tempos”, o ex-governador civil do distrito de Beja lançou duras críticas ao executivo PS, na Câmara Municipal de Beja (CMB). O motivo é o facto do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil (PMEPC) ter sido acionado “tão tardiamente”.

Recorde-se que este documento entrou em vigor no passado dia 2 de abril.

“(…) se fosse presidente da Câmara eu teria acionado o PMEPC há um mês atrás. Porque se isto é uma guerra, temos que pôr o público, o privado e todas as instituições a servir e a serem organizadas e comandadas por uma só pessoa, neste caso o presidente da Câmara (de Beja)”, afirma João Paulo Ramôa.

Ainda sobre o PMEPC, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Beja diz mesmo “não ver nada de palpável” e que o tranquilize como cidadão do concelho de Beja.

Dando como exemplo a situação dos lares, que têm vindo a ser cada vez mais afetados com o novo Coronavírus e porque se trata de uma população mais vulnerável, João Paulo Ramôa não acredita que exista uma estratégia da CMB que, deveria estar descrita no Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, para os lares e IPSS-Instituições Particulares de Solidariedade Social regionais.

“Em Serpa ainda vou vendo alguma coisa, de Beja não vejo absoluta e rigorosamente nada”, refere.

Em relação à desinfecção dos espaços públicos por parte da autarquia, o comentador lamenta “a falta de higienização junto aos locais que as pessoas ainda frequentam, com os produtos à base de lixívia que permitem matar o vírus. Não é higienizar as ruas, os passeios ou as fachadas dos edifícios, isso não faz qualquer sentido (…), devem-se higienizar os espaços que as pessoas ainda frequentam, como as farmácias e os supermercados”. O ex-governador Civil lamenta mesmo que isto não esteja incluído no Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil como uma “obrigatoriedade e uma rotina diária”.

O Bairro das Pedreiras, em Beja, local onde existe uma comunidade de etnia cigana “muitíssimo vasta”, foi outro assunto comentado no programa.

“Não acredito que exista algum plano para que no dia em que apareça um infetado naquele bairro se possa acionar algo com pés e cabeça (…). Era preciso uma abordagem e um plano perfeitamente radical para aquele bairro de modo a evitarmos ao máximo que aquela bomba relógio possa explodir”, assume João Paulo Ramôa.

“(…) julgo que nesta guerra, estamos mais entregues a nossa Senhora de Fátima, aos profissionais de saúde e forças de segurança do que às nossas estruturas políticas”, remata.