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A Oxfam, uma das principais organizações internacionais de luta contra a pobreza, vai reduzir significativamente as operações por dificuldades económicas provocadas pela pandemia, encerrando escritórios em 18 países, o que pode implicar o despedimento de 1.450 pessoas.
A Oxfam, uma federação de 20 organizações não-governamentais a operar em 66 países e cujo trabalho é coordenado por duas dezenas de escritórios, anunciou num comunicado divulgado na quarta-feira ao fim do dia que se viu forçada a acelerar uma reorganização para se adaptar “ao continuado impacto da pandemia” associada ao novo coronavírus.
Entre os países onde vai encerrar escritórios figuram o Afeganistão, Egipto, Ruanda, Sudão e Tanzânia, encerramentos que, no seu conjunto, afectam 1.450 dos seus 5.000 trabalhadores.
Após a reorganização, a Oxfam vai manter escritórios em 48 países, em seis dos quais, caso da Indonésia ou do Quénia, por exemplo, a representação será entregue a novos parceiros independentes.
A organização tinha lançado no final de 2018 uma revisão estratégica para os próximos 10 anos, na sequência do escândalo sobre o envolvimento de responsáveis da Oxfam na exploração sexual de vítimas do terramoto de 2010 no Haiti, que levou muitos doadores a retirar o seu apoio, especialmente no Reino Unido, onde iniciou operações em 1942.
Muitas das suas lojas solidárias, que vendem produtos do chamado comércio justo e artigos doados, tiveram de encerrar, especialmente em países da Europa ocidental, também pelo impacto do escândalo.
O Haiti é um dos países em que a Oxfam vai suspender as suas operações.
“Olhar estrategicamente para onde e como operamos é o primeiro passo essencial para garantir que a Oxfam pode continuar a dar o melhor contributo possível à luta contra a desigualdade para acabar com a pobreza e a injustiça [...] Estamos a acelerar decisões-chave à luz dos efeitos da pandemia global”, afirmou, no comunicado a directora-executiva interina Chema Vera.