Andreia Sanches e Eunice Lourenço (Renascença), in Público on-line
Ministro da Educação diz que “a recuperação das aprendizagens” menos consolidadas deste ano “tem de ser um dos pilares fundamentais no regresso às aulas” em Setembro.
"Temos que nos preparar para em Setembro — ou não em Setembro mas se calhar em Outubro, ou Novembro — termos o que os ingleses designam por b-learning, uma conjugação entre ensino à distância e ensino presencial”, afirma o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
Já disse que o ano lectivo arranca em Setembro. Há uma data concreta?
Estamos a trabalhar, em momento próprio aparecerá.
Inspecção vai auditar avaliações de alunos para travar inflação de notas
Com novas recomendações por causa da pandemia, a maternidade é vivida a vários tempos em Portugal
Vão ser dadas orientações às escolas para no início do ano recuperar a matéria que ficou para trás?
Tem de haver uma avaliação de tudo aquilo que não foi consolidado ou tão bem ensinado. A recuperação das aprendizagens tem de ser um dos pilares fundamentais no regresso às aulas.
Vão ser aulas presenciais, à distância ou um sistema misto?
Vamos estar condicionados pela nossa capacidade de produzir uma vacina, pelas respostas farmacológicas, pela reacção do vírus, tudo isso… o que entendo é que vamos estar mais preparados para um segundo surto do que estávamos. Temos de construir vários cenários: um cenário em que o vírus está aí, mas não tem uma penetração na sociedade que nos obrigue a fazer o que fizemos nesta onda, e outros cenários…
As metas curriculares vão ser suspensas?
Vamos falar antes de aprendizagens essenciais e no perfil do aluno. Elas estão em vigor. Temos, necessariamente, neste contexto diferente, de repensar o processo e fazer adaptações tanto no processo ensino-aprendizagem, como nas avaliações. É muito importante que tudo seja feito em conjugação com as escolas, com as comunidades, com os professores. E temos de nos preparar para em Setembro — ou não em Setembro, mas se calhar em Outubro, ou Novembro — termos o que os ingleses designam por “b- learning”, uma conjugação entre ensino à distância e ensino presencial.
Com esse sistema misto, vamos precisar de mais professores? Durante anos, até pela diminuição da população escolar, fomos diminuindo...
Nos anos 60 tínhamos 215 mil, 220 mil pessoas a entrar no 1.º ano e agora temos 87 mil, 89 mil a entrar no 1.º ano do 1.º ciclo. Mas houve sistematicamente, até no XIX Governo Constitucional [Passos Coelho], uma clara opção pela diminuição do número de professores nas escolas. Conseguimos contrariar essa opção. E em nenhum momento diminuiremos o esforço. Se, no próximo ano, precisarmos de um corpo docente robusto, ele existirá, como nos últimos quatro anos. Não posso dizer agora que vamos precisar de mais dez ou 20 professores.
Para que o sistema misto de que falou funcione os alunos têm de ter computador e acesso à Internet. Há grandes desigualdades de acesso a estes equipamentos. Quantos alunos não tiveram meios para ter ensino à distância?
Fomos ultrapassados pela realidade dos dias. Quando fazíamos a recolha do número de alunos que não tinham conectividade e máquinas, víamos as autarquias a trabalhar e muitas escolas (foram adquiridas muitas máquinas nos últimos três anos) a trabalhar. E muitas dessas máquinas estiveram e estão na posse desses alunos.
Falou-se que dos cerca de 1,2 milhões de alunos, 50 mil não teriam acesso a computador ou meios de acesso; o que acontece é que esse número foi sendo reduzido.
"Temos que nos preparar para em Setembro — ou não em Setembro mas se calhar em Outubro, ou Novembro — termos o que os ingleses designam por b-learning, uma conjugação entre ensino à distância e ensino presencial”, afirma o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
Já disse que o ano lectivo arranca em Setembro. Há uma data concreta?
Estamos a trabalhar, em momento próprio aparecerá.
Inspecção vai auditar avaliações de alunos para travar inflação de notas
Com novas recomendações por causa da pandemia, a maternidade é vivida a vários tempos em Portugal
Vão ser dadas orientações às escolas para no início do ano recuperar a matéria que ficou para trás?
Tem de haver uma avaliação de tudo aquilo que não foi consolidado ou tão bem ensinado. A recuperação das aprendizagens tem de ser um dos pilares fundamentais no regresso às aulas.
Vão ser aulas presenciais, à distância ou um sistema misto?
Vamos estar condicionados pela nossa capacidade de produzir uma vacina, pelas respostas farmacológicas, pela reacção do vírus, tudo isso… o que entendo é que vamos estar mais preparados para um segundo surto do que estávamos. Temos de construir vários cenários: um cenário em que o vírus está aí, mas não tem uma penetração na sociedade que nos obrigue a fazer o que fizemos nesta onda, e outros cenários...
As metas curriculares vão ser suspensas?
Vamos falar antes de aprendizagens essenciais e no perfil do aluno. Elas estão em vigor. Temos, necessariamente, neste contexto diferente, de repensar o processo e fazer adaptações tanto no processo ensino-aprendizagem, como nas avaliações. É muito importante que tudo seja feito em conjugação com as escolas, com as comunidades, com os professores. E temos de nos preparar para em Setembro — ou não em Setembro, mas se calhar em Outubro, ou Novembro — termos o que os ingleses designam por “b- learning”, uma conjugação entre ensino à distância e ensino presencial.
Com esse sistema misto, vamos precisar de mais professores? Durante anos, até pela diminuição da população escolar, fomos diminuindo...
Nos anos 60 tínhamos 215 mil, 220 mil pessoas a entrar no 1.º ano e agora temos 87 mil, 89 mil a entrar no 1.º ano do 1.º ciclo. Mas houve sistematicamente, até no XIX Governo Constitucional [Passos Coelho], uma clara opção pela diminuição do número de professores nas escolas. Conseguimos contrariar essa opção. E em nenhum momento diminuiremos o esforço. Se, no próximo ano, precisarmos de um corpo docente robusto, ele existirá, como nos últimos quatro anos. Não posso dizer agora que vamos precisar de mais dez ou 20 professores.
Para que o sistema misto de que falou funcione os alunos têm de ter computador e acesso à Internet. Há grandes desigualdades de acesso a estes equipamentos. Quantos alunos não tiveram meios para ter ensino à distância?
Fomos ultrapassados pela realidade dos dias. Quando fazíamos a recolha do número de alunos que não tinham conectividade e máquinas, víamos as autarquias a trabalhar e muitas escolas (foram adquiridas muitas máquinas nos últimos três anos) a trabalhar. E muitas dessas máquinas estiveram e estão na posse desses alunos.
Falou-se que dos cerca de 1,2 milhões de alunos, 50 mil não teriam acesso a computador ou meios de acesso; o que acontece é que esse número foi sendo reduzido.
Vamos ter um novo programa Magalhães 2, com distribuição de portáteis?
Nunca referi esse programa. O que está a ser feito é um programa para que as escolas possam estar dotadas de recursos para que os nossos alunos possam ter conectividade através do ensino à distância.
Os meios são então para as escolas e não para os alunos?
Esse programa está a ser construído e oportunamente terão os elementos.