por Domingos Pinto, in RR
"Este é um problema transversal", considera o bispo, e todos devem trabalhar para que "na sociedade e em tudo aquilo que é o mundo empresarial e de iniciativa surjam novas oportunidades de emprego e trabalho".
O bispo do Porto defende que o combate ao desemprego não compete apenas ao Estado, mas a toda a sociedade. O desafio foi lançado esta segunda-feira na Renascença por D. Manuel Clemente, num primeiro comentário aos números do desemprego divulgados pelo Eurostat, referentes a Fevereiro e que apontam para um valor recorde de 15%.
"Este é um problema transversal", considera o bispo, e todos devem trabalhar para que "na sociedade e em tudo aquilo que é o mundo empresarial e de iniciativa surjam novas oportunidades de emprego e trabalho". "É um problema absolutamente transversal, que é prioritário para quem tem oportunidades de o criar, mas que não podemos deixar de ter constantemente presente na nossa preocupação."
No caso do Porto, D. Manuel Clemente diz o impacto do desemprego é particularmente grave: “Tínhamos uma série de indústrias que funcionavam de uma determinada maneira e com um determinado tipo de mão-de-obra, mas que hoje sofre uma concorrência muito grande. Temos as indústrias que se remodelaram para fazer produtos mais sofisticados e que vão conseguindo as suas metas, mas, mesmo assim, não chega para o conjunto da população”,
Este é um assunto que merece a intervenção de todos, desde empresários aos responsáveis pelo ensino: “Portanto, digo que isto tem de se resolver com uma grande interdisciplinaridade, com uma vertente profissional com certeza, mas também com a vertente pedagógica, com um sistema de ensino mais adequado às necessidades presentes e futuras e à capacidade de inovar em termos de trabalho.”
Em tempo de Quaresma, o bispo do Porto pede aos cristãos para ajudarem aqueles que mais precisam e não esquece o gesto solidário de alguns empresários.
“Há empresários que conheço e de quem tenho ouvido que têm essa preocupação muito viva das famílias, dos empregados que estão dependentes. Alguns deles, se não fosse essa motivação positiva, já teriam desistido”, refere D. Manuel Clemente.